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Vice-governador não descarta medidas mais restritivas em São Paulo

Rodrigo Garcia fez críticas ao governo federal - Charles Sholl/Brazil Photo Press/Folhapress
Rodrigo Garcia fez críticas ao governo federal Imagem: Charles Sholl/Brazil Photo Press/Folhapress

Colaboração para o UOL, no Rio

16/03/2021 10h00

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM) disse hoje que o governo do estado não descarta um endurecimento nas medidas restritivas adotadas até o momento. "Não haverá hesitação do governo se nós tivermos que tomar medidas adicionais", alertou, em entrevista à Globo News.

Desde ontem, o estado está na fase emergencial do Plano São Paulo, a mais rígida adotada pelo centro de contingência do governo paulista contra o coronavírus. Até o dia 30, haverá toque de recolher das 20h às 5h, proibição de eventos religiosos e esportivos, além de escalonamento nos horários de entrada dos funcionários dos setores da economia que seguem trabalhando.

Todas as prefeituras deveriam rever os seus alvarás de funcionamento para que você tivesse um escalonamento concreto (...) O que nós apelamos ao setor econômico é que eles pudessem fazer o seu escalonamento, independente do alvará que eles têm
Rodrigo Garcia

Críticas a Bolsonaro

Ao falar do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Garcia fez uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro e seu negacionismo na pandemia. Para o vice-governador, não adianta a pasta ter um titular alinhado com o que defende a ciência se o chefe do executivo federal continuar ignorando as medidas restritivas necessárias para combater a covid-19.

Se o líder maior da nação não efetivamente assumir que o isolamento social é o único instrumento nesse momento, enquanto a vacinação é baixa, para que a gente diminua a circulação dos vírus, dificilmente o ministro da Saúde terá força para fazê-lo. (O novo ministro) pode ser bem intencionado, bem preparado, bem informado, mas o negacionismo do presidente da Republica é que deve mudar
Rodrigo Garcia

O vice-governador lamentou ainda a falta de coordenação central do Ministério da Saúde no combate à pandemia. Para ele, a economia e a população sofreriam menos se houvesse uma atuação mais presente do governo federal junto aos estados e municípios.

Temos que estar preparados para enfrentar três a quatro semanas muito difíceis, com aumento em número de mortos, aumento em números de casos. O sistema de saúde praticamente está se esgotando. Não é mais questão de recurso. Nós temos recursos, mas infelizmente não tem mais profissionais de saúde disponíveis, não tem mais equipamentos disponíveis
Rodrigo Garcia

O Estado de São Paulo registrou ontem o maior número de pacientes internados por covid-19 desde o início da pandemia. São 24.285 pessoas, sendo 10.507 em UTIs e 13.778 em enfermarias. É o segundo dia consecutivo que o número de pacientes em UTIs ultrapassa a marca de dez mil, após aumentos sucessivos na última semana.

As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 90,5% na Grande São Paulo e 89% no estado. O estado registra 2.208.242 casos confirmados da doença e 64.223 óbitos.