Retomada da vacinação em SP tem postos sem doses e entrega em parcelas
No dia da retomada da vacinação contra covid-19 na cidade de São Paulo, ao menos 12 postos aguardavam abastecimento e cinco não estavam funcionando por volta das 18h, segundo o aplicativo "De Olho na Fila", da prefeitura, que monitora a situação nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
A reportagem foi a dois postos na zona sul no fim da tarde e os funcionários informaram que o estoque chegou a acabar ao longo do dia, mas novas remessas chegaram após algumas horas. Funcionários de outros dois locais de vacinação informaram, por telefone, que não havia mais vacinas para hoje. Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde disse que dados preliminares mostram que mais de 100 mil vacinas foram aplicadas hoje na capital.
Classificou os problemas apontados pela reportagem de "desabastecimento pontual em algumas UBS". "Por conta disso, foi realizado o remanejamento de doses entre os postos do município."
O problema de falta de doses preocupa as autoridades desde o fim de semana. O UOL apurou que, em alguns postos da zona leste, as doses acabaram no sábado (19). Na segunda-feira (21), quase 400 postos dos 520 ficaram sem doses e a administração municipal decidiu suspender a campanha na terça-feira (22).
Ontem, a prefeitura recebeu 181 mil doses da CoronaVac e 30 mil da AstraZeneca. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que a quantidade é suficiente para garantir a vacinação até o fim de semana. Hoje, o cronograma prevê a vacinação de quem tem mais de 49 anos. Amanhã, 48 anos.
A Secretaria Municipal da Saúde ainda não confirmou se haverá reabastecimento ainda hoje, nem se pode faltar vacina em mais unidades. Uma funcionária da UBS Sérgio Chaddad, na Cidade Dutra, zona sul, disse por telefone que a vacina acabou antes do horário de fechamento e não havia previsão de horário para chegada de uma nova remessa.
Os postos que aguardam abastecimento ficam em bairros periféricos das zonas leste e sul. Os locais de vacinação da zona oeste e do centro não foram impactados até a última atualização desta reportagem.
A reportagem tentou contato telefônico com outras UBSs, mas as ligações não completaram.
De pouquinho em pouquinho
"Vai até aqui", diz a agente de saúde, indicando um homem de boné azul, guardando lugar para o amigo na fila. As doses na UBS Parque Engenho II, no Jardim Irapiranga, na zona sul, acabaram por volta do almoço. Às 14h, o local recebeu mais 18 doses, que também acabaram rápido.
Quando a reportagem chegou ao local, por volta das 16h45, havia acabado de chegar mais um lote com 18 doses de CoronaVac. Algumas pessoas já esperavam na fila havia mais de uma hora, outras desistiram ao ter a negativa.
Segundo os funcionários, eles receberam o aviso de que os lotes poderiam chegar de forma fragmentada, mas sem detalhes sobre horário, quantidade ou grupo a que são endereçadas (grávidas, por exemplo, têm lote separado da faixa etária). É a primeira vez que recebem as doses desse jeito. Geralmente, os lotes vinham de uma vez só.
Os agentes de saúde disseram não ter tido problema com a população por falta das doses. A maioria das pessoas aguardava na fila pacientemente. "Só saio com a vacina no braço", disse Conceição Souza, 49, que chegava à unidade, diretamente do serviço.
Também na zona sul, a UBS Alto do Umuarama, no Jardim Umuarama, não passou por uma situação parecida por pouco. As doses acabaram logo depois do almoço, mas o local foi reabastecido poucos minutos depois e não houve filas. No fim da tarde, ainda havia seis doses disponíveis.
Diferente do que o UOL presenciou pela manhã, nenhum dos locais teve reclamação quanto à CoronaVac.
O recebimento gradual das doses ocorreu em diversos pontos de vacinação na capital durante a tarde. O UOL registrou falta parcial em pelo menos 15 deles —todos em bairros mais periféricos da zona leste e da zona sul.
Após a troca de farpas
No começo desta semana, prefeitura e governo trocaram acusações sobre a responsabilidade pelo apagão de vacinas. Mas hoje, mais cedo, durante entrevista coletiva, o prefeito Ricardo Nunes e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deixaram as trocas de farpas de lado e voltaram as críticas ao Ministério da Saúde.
Precisamos das vacinas prometidas pelo Ministério da Saúde. E, infelizmente, nas últimas semanas, as previsões não foram atendidas. E além de não atendidas no prazo, foram reduzidas no número. O que nós desejamos e esperamos é que isso não mais aconteça."
João Doria, governador de São Paulo (PSDB)
Nunes afirmou que a capital seguirá o calendário de vacinação.
- 49 anos: 23 de junho
- 48 anos: 24 de junho
- 47 anos: 25 de junho
- Repescagem para 47 a 49 anos no fim de semana
As datas para outras faixas etárias devem ser divulgadas até o próximo sábado (26), conforme o calendário de entrega dos governos federal e estadual.
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