Topo

Avanço da delta: Hospital da PM no Rio chega perto da lotação em 2 semanas

Hospital Central da PM do Rio - Reprodução/Facebook
Hospital Central da PM do Rio Imagem: Reprodução/Facebook

Ruben Berta e Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

25/08/2021 13h51

O avanço da variante delta no Rio causa preocupação na direção do HCPM (Hospital Central da PM), principal referência no atendimento a policiais militares no estado. Documentos internos da corporação mostram que, na última segunda (23), a unidade localizada na região central da capital estava com 33 dos 35 leitos voltados para pacientes com covid-19 ocupados. Em 9 de agosto, havia 19 pacientes.

A situação na unidade da PM é mais um reflexo do quadro atual no Rio. No estado, 61% das UTIs para covid estão ocupadas, e seis municípios estão com lotação máxima nesse tipo de leito. Na capital, a ocupação nas UTIs da rede pública municipal para tratar a doença se mantém acima de 95% há ao menos duas semanas.

Ontem, a fila de espera para um leito de UTI covid em todo o estado tinha 46 pessoas. Para leitos de enfermaria covid, 39. Há um mês, este número era de 11 e três pessoas, respectivamente.

Reforço no atendimento de internados

Diante do aumento na demanda, a subdiretora técnica do HCPM, tenente-coronel Alessandra de Martino Mota, pediu para que sejam reavaliadas a reabertura de agendas para consultas ambulatoriais e a realização de cirurgias efetivas. O principal objetivo é liberar oficiais médicos e enfermeiros para reforçar o atendimento a pessoas internadas com o coronavírus.

Também na segunda-feira, a chefe da Seção de Enfermagem do HCPM, major Lucilia Rosa Alves dos Santos, já havia solicitado o reforço de dois oficiais enfermeiros para a ala de covid, que ocupa o 5º andar do hospital.

Devido ao recrudescimento dos casos de covid, há uma elevação no número de internações, os pacientes são complexos, ansiosos e dependentes de oxigenoterapia e demandam muito da assistência do enfermeiro
Trecho de documento interno da PM-RJ

Em nota, a assessoria de imprensa da PM afirmou apenas que, "desde o início da pandemia, o HCPM segue ininterruptamente os atendimentos e internações, adequando-se às demandas sempre que necessário".

O UOL questionou a corporação a respeito da quantidade de leitos ocupados, separados por enfermaria e UTI, pediu dados sobre o perfil dos internados, assim como o número de policiais já imunizados com duas doses ou a dose única da vacina contra a covid, mas não obteve resposta.

A PM diz já ter registrado "cerca de 5.600 casos confirmados e 85 óbitos em decorrência da covid". O efetivo total, segundo registros de fevereiro, era de 44.216 policiais.

Não há no processo administrativo que trata das mudanças para reforçar o atendimento aos pacientes com covid resposta para o pedido feito pela subdiretora técnica Alessandra de Martino Mota.