Incor prevê vacina em spray contra covid até o fim de 2022, diz pesquisador
O Incor (Instituto do Coração) da USP (Universidade de São Paulo) projeta lançar uma vacina em spray contra a covid-19 até o fim de 2022, afirma o médico Jorge Kalil, que comanda o projeto. A técnica de imunização é inédita na produção de vacinas contra o novo coronavírus e pode reduzir a transmissão do vírus, segundo ele.
Em entrevista à CNN, Kalil explicou as diferenças da vacina em spray —que será aplic ada por inalação no nariz— e porque ela pode ser mais efetiva do que os imunizantes disponíveis hoje, na visão dos pesquisadores da USP.
Na última quinta-feira (21), o Incor pediu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorização para iniciar os testes clínicos da nova vacina —última etapa antes da aprovação para o uso em humanos. A expectativa dos pesquisadores é iniciar as fases 1 e 2 dos testes no começo de 2022.
"Se tudo der absolutamente certo, daqui a um ano, até o fim do ano que vem, teremos o spray nasal. Sem dúvida a Anvisa vai fazer muitos questionamentos, esse é o trabalho da Anvisa", disse Kalil.
Vantagem é interromper a transmissão
Segundo Kalil, a principal vantagem do spray em relação às vacinas aplicadas hoje por injeção é fortalecer a imunidade das mucosas do sistema respiratório —sobretudo do nariz, caminho utilizado pelo novo coronavírus para infectar humanos.
Embora tenham efeito importante em prevenir o desenvolvimento de sintomas, a ocorrência de casos graves e mortes, as vacinas existentes não são efetivas em evitar a infecção. Por isso, pessoas vacinadas seguem contraindo e transmitindo o vírus, mesmo que sejam assintomáticas ou tenham quadros leves de covid-19.
"Qual é o nosso objetivo? Não só combater a doença, mas também combater a infecção. Que é ter o vírus no nariz sem ter a doença, mas podendo transmitir [para outras pessoas]. Enquanto isso acontecer não acabamos com a pandemia", destaca Kalil.
Os pesquisadores do Incor desenvolveram substâncias conhecidas como antígenos. Segundo os resultados dos estudos realizados até aqui, elas são capazes de despertar uma boa resposta imune tanto nas mucosas, quanto na corrente sanguínea.
"Utilizamos nanopartículas, partículas muito pequenas, que envolvem esse antígeno. Elas conseguem passar pelo muco do nariz e chegar à mucosa", explica Kalil.
"Todo mundo está vendo que essas vacinas que estão aí não dão uma imunidade muito longa. Cai a imunidade e às vezes [as vacinas] não são muito boas com algumas variantes. Nós queremos resolver todos esses problemas com o antígeno que desenvolvemos", completa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.