SP começa a aplicar 3ª dose amanhã e prevê novo ciclo de vacinação em 2022
O estado de São Paulo começará a aplicar a terceira dose em todos os adultos a partir de amanhã (18) e prevê o início de um novo ciclo vacinal entre março e abril do ano que vem —mas ainda não há detalhes de como serão os cronogramas de imunização. Segundo o governo estadual, mais de 710 mil pessoas já estarão aptas a tomar o reforço nesta quinta.
O anúncio se dá após uma mudança de indicação do Ministério da Saúde ontem (16) de estender a aplicação da terceira dose para todos os adultos e diminuir o intervalo de seis para cinco meses. O governo paulista também pretende aplicar a segunda dose da Janssen, até então de dose única, mas ainda não recebeu os imunizantes.
Até então, a terceira dose era recomendada apenas a quem tinha mais de 60 anos de idade, aos profissionais da saúde e imunossuprimidos, com um intervalo de seis meses. Com a mudança, quem tomou a segunda dose há pelo menos cinco meses já pode buscar a dose de reforço.
A partir de amanhã, dia 18, estão elegíveis 710 mil pessoas que podem retornar a UBS e fazer a sua terceira dose, a dose adicional. Quem são? Que público é esse que pode buscar a unidade básica amanhã? São aqueles que já completaram o esquema vacinal há cinco meses e que tenham mais de 18 anos."
Regiane de Paula, coordenadora do PEI
Segundo o governo estadual, a terceira dose a ser aplicada deverá ser da fabricante disponível. Desde o início da adoção da dose de reforço, São Paulo não tem seguido a orientação do Ministério da Saúde e usado a CoronaVac mesmo para quem tomou as duas primeiras doses do imunizante desenvolvido pela Sinovac com o Instituto Butantan.
"O imunizante é aquele que estiver na unidade básica para você tomar, pode ser a Pfizer, a CoronaVac e até mesmo a AstraZeneca, que nos momentos nós temos uma pequena quantidade. A terceira dose, a dose de reforço, ela é feita com a dose que estiver disponível no momento que você for tomar a vacina", afirmou Regiane.
Segunda dose da Janssen
No anúncio de ontem, o governo federal também indicou a necessidade de uma segunda dose para quem tomou a vacina da Janssen, até então de dose única. Segundo a minuta, baseada em uma nota do FDA, órgão regulador norte-americano, a segunda dose deverá ser aplicada após oito semanas (dois meses) da primeira.
O Brasil, no entanto, não estoque deste imunizante. Segundo o Ministério da Saúde, o país deverá receber mais 36,2 milhões de doses da fabricante até o final do ano —7,7 milhões ainda em novembro—, o bastante para completar a segunda dose de todos os brasileiros e iniciar um novo ciclo.
Até então, com a remessa de junho, 4,8 milhões de brasileiros tomaram a dose única, pouco mais de 1,3 milhão em São Paulo.
O governo paulista diz que não há motivo para preocupação e que as situações do país e do estado são diferentes da dos Estados Unidos —onde o número de casos voltou a subir há alguns meses—, mas ressalta que o ministério deveria ter apresentado um plano em vez de fazer o anúncio ainda sem as doses em estoque.
Preocupação com faltosos
Apesar de aumentar o público apto à dose de reforço, o estado segue preocupado com os faltosos da segunda e terceira doses. Segundo Regiane, pelo menos 6 milhões de pessoas no estado já estão aptas a tomar a terceira dose, mas apenas 3,6 milhões o fizeram.
Com a segunda dose é ainda pior. Em meio a mutirões, o estado registrou a redução de 7,5% dos faltosos na última semana, mas ainda há 4,9 milhões de pessoas que ainda precisam completar seu ciclo. São:
- 2,8 milhões de doses da Pfizer,
- 1,1 milhão de Astrazeneca e
- 895 mil de CoronaVac.
"É fundamental ressaltar que apenas com o esquema vacinal completo a população estará protegida. Estamos intensificando a comunicação com as prefeituras e com a população buscando conscientizar sobre a necessidade de completar o esquema vacinal. O maior número de faltosos está entre os adolescentes que não retornaram aos postos para a vacinação", alertou a coordenadora do Plano Estadual de Imunização.
Novo ciclo para o ano que vem
O governo anunciou ainda que deverá lançar um novo ciclo vacinal contra a covid no ano que vem, entre março e abril. A proposta, antiga, é tornar o imunizante contra a doença um processo periódico e anual, como acontece com a Influenza.
Uma questão para esse início é entender exatamente onde começam e terminam os ciclos. Como a vacinação contra a covid começou de forma lenta e gradual no Brasil, grupos atenderam a etapas desiguais de imunização.
"Nós precisamos entender esse novo ciclo, porque, com a dose de reforço, nós iremos até fevereiro para contemplar todo esse público de 18 anos ou mais para tomar a sua dose de reforço. Então a gente acredita que março, mas provavelmente em abril nós devemos recomeçar um novo ciclo", declarou Regiane.
Segundo a coordenadora do PEI, novos detalhes sobre o calendário deverão ser passados na semana que vem.
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