Primeiro caso da variante ômicron em Santa Catarina é confirmado
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC) confirmou hoje a identificação do primeiro caso da variante ômicron da covid-19. O paciente é um homem de 66 anos, morador de Jaraguá do Sul, que retornou de uma viagem da África do Sul no início de dezembro.
De acordo com a pasta, o paciente apresentou os primeiros sintomas no dia 9 de dezembro, permanecendo em isolamento durante o período de 14 dias, e seu caso foi acompanhado pela vigilância epidemiológica municipal. Ele também estava com o esquema vacinal completo, e demonstrou um quadro gripal leve, sem necessidade de hospitalização.
O paciente também fez um exame PCR, que foi encaminhado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/SC) para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, Laboratório de Referência Nacional para Santa Catarina. Neste centro de pesquisa, os especialistas efetuaram o sequenciamento genômico com o propósito de identificar a variante.
No estado de Santa Catarina, existem outros 56 casos de covid-19 que podem estar associados à ômicron. E todos estão sendo investigados e monitorados nos municípios de Balneário Camboriú (1), Biguaçu (2), Camboriú (1), Florianópolis (46), Palhoça (2), Canoinhas (1), Santo Amaro da Imperatriz (1), São Francisco do Sul (1) e São José (1).
De acordo com o SES/SC, 36 amostras foram encaminhadas ontem (20) para a Fiocruz/RJ, para o sequenciamento genômico e as outras 20 serão encaminhadas para o Laboratório de Bioinformática da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), referência no Estado para realização desta operação. Os esforços da equipe de vigilância genômica do SARS-CoV-2 serão focados no monitoramento das mutações e variantes que circulam no estado, na identificação dos padrões de dispersão e evolução do vírus durante a pandemia.
Estado de alerta
A ômicron é capaz de uma transmissão muito maior do que as variantes já identificadas e sua chegada a Santa Catarina é vista como um problema de saúde pública de grande preocupação, alerta Eduardo Macário, superintendente de vigilância em saúde. "Essa nova variante pode provocar uma interrupção na tendência de redução nos casos de Covid-19 no Estado. Dados do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos apontam que, em menos de uma semana, a variante ômicron passou a ser responsável por 73% de todos os casos confirmados nos EUA. Estima-se que mais de 100 mil infecções ocorreram em um único dia em Nova Iorque, portanto essa nova variante não deve ser menosprezada", declara.
Por outro lado, Macário demonstra confiança nas vacinas em uso no Brasil, que contribuem bastante na prevenção de casos graves, hospitalizações e mortes pela covid. "As primeiras informações apontam que as vacinas são eficazes, e protegem contra formas graves, hospitalizações e mortes pela variante ômicron. Santa Catarina tem doses suficientes para vacinar a população que ainda não iniciou, não recebeu a segunda dose e não recebeu a dose de reforço após 4 meses".
A variante ômicron foi detectada na África do Sul em novembro. Além de ser altamente transmissível, ela conta com grande número de mutações. Até o momento, os pacientes identificados com a variante demonstraram, entre os sintomas mais comuns, cansaço extremo, dores pelo corpo, dor de cabeça e dor de garganta.
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