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Não precisa fazer consulta pública para vacinar, diz coordenador de estudo

Do UOL, em São Paulo

21/12/2021 13h50Atualizada em 21/12/2021 19h37

Cristiano Zerbini, um dos coordenadores dos estudos da vacina da Pfizer no Brasil — responsável pela vacina de mesmo nome contra a covid-19 —, disse hoje, em entrevista ao UOL News, que não é necessário fazer uma consulta pública para dar vacinas à população brasileira. O Ministério da Saúde vem informando que fará uma consulta pública sobre a vacinação de crianças antes de tomar a decisão final sobre a imunização infantil após aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Na última semana, a Anvisa liberou o uso da vacina contra a covid-19 da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Serão duas doses com três semanas de intervalo entre elas. Atualmente, a vacina estava apenas autorizada para maiores de 12 anos.

"Nós precisamos confiar na Anvisa. Não há necessidade de fazer consulta pública para se dar uma vacina. Para isso existe a Anvisa. A Anvisa é que faz esse trabalho. A Anvisa é que estudou, viu toda a ciência por trás das vacinas. Não há necessidade de colocar isso em consulta pública. A Anvisa representa a nossa sociedade e é ela que deve decidir sobre o que deve ser feito", criticou.

Para Zerbini é necessário convencer o Ministério da Saúde sobre os benefícios da vacinação de crianças neste momento.

"Eu acredito que o que nós precisamos fazer nesse momento é convencer o Ministério da Saúde de que os dados científicos provam que a vacina é altamente benéfica para as nossas crianças. É isso que nós devemos fazer."

São Paulo quer comprar vacinas infantis

Na semana passada, o governo de São Paulo afirmou que tentaria fazer um acordo com a farmacêutica Pfizer para a compra de vacinas destinadas a crianças de 5 a 11 anos. Depois, a farmacêutica informou que priorizava a negociação de doses da vacina contra covid-19 com governos federais.

Ontem, o governo paulista afirmou que seguia esperando um novo retorno da Pfizer para saber se poderão adquirir os imunizantes diretamente com a farmacêutica, em vez de aguardar o repasse dos imunizantes pelo PNI (Programa Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde.

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, detalhou ainda que, caso a farmacêutica não retorne de forma positiva sobre a venda direta de 9 milhões de doses infantis, o governo pretende judicializar a causa no STF (Supremo Tribunal Federal).

Zerbini destacou a necessidade das vacinas chegarem em todos os lugares do Brasil de forma igualitária, mas declarou que não acha um erro na negociação do laboratório diretamente com os estados.

"Eu não acho um erro porque, na verdade, o Ministério da Saúde está demorando bastante. A gente já tem mais de 31 países vacinando suas crianças. Cada dia perdido é um dia que algumas crianças já podem ficar propensas a ter a doença."