Vecina: Usamos mal antibióticos na pandemia e pode faltar para quem precisa
O uso exagerado e até incorreto de antibióticos para o combate da covid-19 pode estar associado ao aumento das infecções por superbactérias em hospitais brasileiros, avalia o médico sanitarista e colunista do UOL Gonzalo Vecina Neto.
Pesquisa da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica) indica que os altos índices de internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e o abuso de antibióticos durante a pandemia aumentaram em 56% os casos de infecções causadas por superbactérias em hospitais do Paraná. Os pesquisadores acreditam que a mesma tendência tenha ocorrido no restante do Brasil e em outras partes do mundo.
"Quando se pega uma pandemia dessas em que uma das coisas que se propôs que se utilizassem fosse a azitromicina, que é um antibiótico de amplo espectro e deve estar em parte da gênese dessa superbactéria, não é surpreendente — é só mais um desastre fruto de desgoverno", disse Vecina, que é um dos fundadores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), durante participação no UOL News, apresentado pela jornalista Fabíola Cidral.
Segundo ele, é necessário uma política de controle de infecção hospitalar muito concreta para combater superbactérias, mas a situação é "bastante difícil" no momento.
"A indústria está distante de descobrir novos antibióticos e as superbactérias são uma realidade no nosso processo assistencial. Caminhamos para um desastre muito pior: o da falta de antibióticos para tratar pacientes que tenham infecções porque nós usamos mal o arsenal que temos hoje", afirmou.
"Ou se tem política pública real e intensiva para tratar de maneira inteligente infecções hospitalares, ou, em breve, as pessoas que tiverem uma infecção com uma superbactéria dessas estão condenadas à morte."
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