Médica dos famosos, sobre sequelas da covid: 'Meu consultório está lotado'
A cardiologista Ludhmila Hajjar, 44, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, estar lidando com o aumento de casos cardiovasculares no país em decorrência da covid-19.
"Os casos cardiovasculares aumentaram 100% no Brasil. Estou vivendo isso no dia a dia. Meu consultório está lotado", contou.
A médica foi responsável por tratar famosos que contraíram a doença, como o apresentador Geraldo Luís e o cantor Edson, da dupla com Hudson. Ludhmila também aparece, em um vídeo gravado em 2014, cantando para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) quando a então mandatária estava realizando exames de rotina no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
No ano passado, ela recusou o convite do presidente Jair Bolsonaro (PL) para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello.
A gente não se entendeu. Fiquei surpresa de ter ido lá porque já conhecia a linha. Mas, pelo meu sentimento mesmo de tentar ajudar as pessoas, acreditei que pudesse ser diferente. As conversas [com Bolsonaro] mostraram que temos linhas diferentes.
Médica Ludhmila Hajjar, em entrevista ao Estadão
Questionada sobre o que os candidatos à presidência deveriam propor para a área da saúde, a professora de cardiologia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) diz que é preciso revisar e propor um plano de financiamento para o SUS (Sistema Único de Saúde) "à luz da saúde atual".
"Faltam medicamentos, diagnósticos, celeridade. É possível melhorar muito o SUS com parceria público-privada, em um ambiente sem corrupção", afirma.
Médica dos famosos
Sobre o fato de ter se tornado "médica dos famosos", Ludhmila disse ver como "uma coisa natural".
A propaganda da gente quem faz são os nossos próprios pacientes. Nunca falei de paciente meu em reportagem. Um indica para o outro, aí você começa a entrar nesse mundo que tem os artistas, os políticos, o pessoal do Judiciário.
Ela também já atendeu autoridades como os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
A médica avaliou ainda que cinco dias de isolamento para pacientes que testam positivo para a covid não são suficientes porque, na maioria das vezes, o paciente ainda elimina o vírus por mais tempo.
"O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos acabou liberando essas recomendações e depois o Ministério da Saúde referendou porque a [variante] ômicron veio como uma nova onda grande. Para não destruir a força econômica da sociedade, que está tentando se reerguer. E aí ficou sete dias de isolamento. Com cinco dias faz o teste de antígeno. Só sair de casa se der negativo. A gente sabe, porém, que na maioria das vezes o paciente ainda elimina vírus em média por dez dias."
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