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PB é estado que mais vacinou contra pólio; SP está em 16º, e RJ em 25º

A Paraíba é o primeiro e único estado a alcançar a meta de vacinar 95% da população infantil menor de cinco anos, segundo dados do Ministério da Saúde - Khaled Abdullah Ali Al Mahdi/REUTERS
A Paraíba é o primeiro e único estado a alcançar a meta de vacinar 95% da população infantil menor de cinco anos, segundo dados do Ministério da Saúde Imagem: Khaled Abdullah Ali Al Mahdi/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

14/10/2022 10h01Atualizada em 14/10/2022 10h01

A Paraíba é o primeiro e único estado a alcançar a meta de vacinar 95% da população infantil menor de cinco anos, segundo dados do Ministério da Saúde. O objetivo foi atingido ontem, 67 dias após o início da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite.

A média de cobertura vacinal contra a pólio no Brasil é de 65,18%, um total de 7.542.614 doses aplicadas. A meta do Ministério da Saúde era imunizar 11,5 milhões de crianças.

Atrás da Paraíba, está o Amapá, com 90,3% da população infantil vacinada. Nenhum outro estado ultrapassou a marca dos 90%. O estado com a menor taxa de vacinação é Roraima, com 31,12%.

No Sudeste, o estado que mais vacinou contra a poliomielite é Minas Gerais (77,74%). Na sequência, estão São Paulo (61,77%), Espírito Santo (59,45%) e Rio de Janeiro (40,17%).

A poliomielite causa paralisia infantil e pode ser fatal.

Veja a taxa de vacinação nos estados e no Distrito Federal:

  1. Paraíba (95,5%)
  2. Amapá (90,37%)
  3. Alagoas (83,15%)
  4. Santa Catarina (82,08%)
  5. Ceará (80,94%)
  6. Pernambuco (79%)
  7. Sergipe (78,25%)
  8. Minas Gerais (77,74%)
  9. Paraná (72,5%)
  10. Piauí (71,93%)
  11. Rio Grande do Sul (71,34%)
  12. Maranhão (67,86%)
  13. Tocantins (65,83%)
  14. Mato Grosso (65,17%)
  15. Mato Grosso do Sul (64,48%)
  16. São Paulo (61,77%)
  17. Amazonas (60,89%)
  18. Bahia (59,72%)
  19. Espírito Santo (59,45%)
  20. Rio Grande do Norte (58,67%)
  21. Goiás (57,46%)
  22. Rondônia (50,40%)
  23. Pará (47,46%)
  24. Distrito Federal (46,92%)
  25. Rio de Janeiro (40,17%)
  26. Acre (35,64%)
  27. Roraima (31,12%)

O Brasil deixou de apresentar casos da pólio em 1989 após o início da vacinação. Em 1994, o país recebeu um certificado de eliminação da doença. No entanto, com a baixa cobertura vacinal e problemas relacionados à vigilância epidemiológica e condições sociais, o Brasil voltou a figurar como um país de grande potencial para a volta da doença.

Desde a semana passada, o Brasil investiga um caso suspeito de poliomielite em uma crianças de três anos que apresentou perda de força nas pernas, febre e dores musculares no Pará.

De acordo com nota do Ministério da Saúde enviada a VivaBem na última sexta-feira (7), existe a suspeita de que o quadro esteja relacionado a um "erro no esquema vacinal contra a poliomielite" —a criança não estava completamente imunizada. A pasta destacou que não se trata de um caso do poliovírus da chamada cepa selvagem, erradicada no Brasil desde 1989, e informou que não há registro de circulação viral da poliomielite no país.

O que é a poliomielite? A poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes, por objetos, alimentos ou água contaminados, além de secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas.

Em casos graves, o vírus pode causar paralisia nos membros inferiores.

A infecção pelo poliovírus é muitas vezes assintomática, mas pode ser grave e provocar paralisias irreversíveis e fatais, já que, além dos membros, a pólio também pode paralisar os músculos responsáveis pela respiração. Nesses casos, a sobrevivência do paciente pode passar a depender do uso de um respirador.

A falta de saneamento e más condições habitacionais favorecem a transmissão da pólio. A vacinação é a única forma de prevenção.

De acordo com a prática usual, crianças tem de receber doses anuais da vacina contra poliomielite, começando a partir dos 2 meses de idade.

A vacina da poliomielite é de injeção ou gotinha? Depende da idade da criança. O PNI (Programa Nacional de Imunização) recomenda que seja administrada a vacina inativa contra a poliomielite —de injeção intramuscular —aos dois, quatro e seis meses de idade. Ela foi introduzida em 2012 com duas doses, mas ampliada para três doses em 2016.

A injeção é considerada mais eficaz e segura que as famosas gotinhas que erradicaram a doença no Brasil e em boa parte do mundo.

Aos 15 meses e aos quatro anos, a imunidade da criança é reforçada com as gotinhas da vacina oral.

A infectologista Luiza Helena Falleiros Arlant explica que as três doses da vacina intramuscular deixam as crianças protegidas contra os três sorotipos do poliovírus, enquanto as gotinhas imunizam apenas contra dois deles.

O que fazer se atrasar uma dose da vacina? Ainda segundo a Luiza Arlant, os pais que perderam o momento da vacina ou atrasaram alguma das três doses devem retornar imediatamente aos postos para continuar o esquema vacinal de onde ele foi interrompido.

"Se uma criança tomou uma vacina e ficou três anos sem receber nenhuma outra dose, ela tem que receber a segunda dose e, dois meses depois, receber a terceira. Ninguém recomeça o esquema, tem que continuar de onde parou. E continuar com a vacina intramuscular", afirma a médica.

Brasil atingiu meta de cobertura vacinal pela última vez em 2015

Segundo o SI-PNI (Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações), as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.

Depois de 2016, quando a vacinação foi ampliada para três doses, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando 84,19% no ano de 2019. Em 2020, a pandemia de covid-19 impactou as coberturas de diversas vacinas, e esse imunizante chegou a apenas 76,15% dos bebês. Em 2021, que ainda pode ter dados lançados no sistema, o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%.