Operação da PF e Anvisa mira venda e importação de medicamentos falsos
A PF (Polícia Federal) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizam hoje uma operação conjunta que mira a venda e importação irregular de medicamentos falsificados para o Brasil.
Ao todo, estão sendo cumpridos 32 mandados de busca e apreensão e um de prisão de preventiva expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal da SJMT (Seção Judiciária de Mato Grosso) em seis estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Segundo a Anvisa, as investigações tiveram início com uma apreensão anterior, no Aeroporto Internacional de Campo Grande, de várias caixas de medicamentos de origem argentina contendo o princípio ativo "Neostigmina". Os produtos estavam desacompanhados de documentação que comprovassem a entrada regular no território nacional.
Na ocasião, também foi apreendida uma caixa do medicamento imunoglobulina com origem argentina e comprovadamente falsificado.
Ainda de acordo com a agência reguladora, medicamentos de origem irregular não possuem garantia sobre suas condições de qualidade. Mesmo nos casos em que o órgão autoriza a importação de forma excepcional de produtos sem registro no país, é necessário o cumprimento de procedimentos que garantem a segurança dos pacientes.
Segundo a PF, o esquema contava com a participação de diversas empresas de fachada, sendo praticado em 65 municípios de 16 estados e no Distrito Federal. Em 10 meses, a corporação informou que foram movimentos cerca de R$ 4 milhões.
O metilsulfato de neostigmina é utilizado para o tratamento de miastenia grave, quando o sistema imunológico do paciente ataca células saudáveis por engano, e para inverter os efeitos dos relaxantes musculares.
A Anvisa informa que, atualmente, há dois medicamentos com registro válido contendo esse insumo farmacêutico ativo: Normastig e o medicamento genérico Metilsulfato de neostigmina.
Já a imunoglobulina humana, um hemoderivado obtido a partir de plasma humano, é utilizada para o tratamento de doenças inflamatórias e autoimunes. No momento, há diversos produtos com registro válido que podem ser consultados na página da Anvisa.
Por conta dos medicamentos falsificados no centro das investigações, a força-tarefa de hoje recebeu o home de "Operação Autoimune".
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