Ludhmila Hajjar anuncia 'maior hospital do país': 'Será o melhor do mundo'

A médica Ludhimila Hajjar revelou que está à frente de um projeto para construir o melhor hospital público do país. Em entrevista ao Alt Tabet, do Canal UOL, a profissional de saúde explicou que o hospital ficará em São Paulo, com foco em pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e disse que ele irá revolucionar os parâmetros de cuidados aos enfermos em todo o mundo.

Hajjar contou que o hospital, que ainda está no papel, "será o maior de medicina pública e vai mudar a história da saúde desse país". "É um hospital que vai revolucionar os cuidados dos pacientes públicos do país e do mundo. Afirmo que vai ser um hospital inteligente, onde vamos alinhar tudo que há de inovação e tecnologia para atender pacientes do SUS".

A médica explicou que a iniciativa envolve os governos federal e estadual, além do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o banco dos Brics. "É uma parceria de múltiplas mãos, de iniciativa do Hospital das Clínicas, com o apoio do governo federal, investimento da construção do NDB e com o apoio do governo estadual".

No Alt Tabet, Ludhmila também falou sobre os perfis diversificados de seus pacientes. Ela, que já atendeu a ex-presidente Dilma Rousseff, afirmou ser amiga da petista e a definiu como uma pessoa "muito culta, inteligente, com vários projetos, realizadora".

Sondada para ser ministra do ex-presidente Jair Bolsonaro, Hajjar afirmou que teve conversas com ele e o chamou de "paciente educado, respeitador". "Durante a pandemia tivemos uma outra discussão, que foi mais inflamada, mas não por ele e sim pelas pessoas que o rodeavam, assessores que vinham com informações inadequadas sobre cloroquina e ficavam pressionando".

Fora do espectro político, Ludhmila também atende celebridades, como a cantora Anitta e a influenciadora Virginia Fonseca. "Muitas vezes os influenciadores querem tirar foto de tudo, nem sempre é possível. Mas a Viriginia é uma menina graciosa, inteligente e muito querida".

'Onda de picaretagem assola a medicina no Brasil'

Hajjar afirmou haver "múltiplos fatores que culminaram nessa onda de picaretagem que hoje assola a medicina e a ciência". "Esse não é um fenômeno só brasileiro, é mundial. Mas o Brasil está vivendo o cúmulo disso".

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Para a médica, a maior facilidade em se adquirir um diploma de medicina tem impacto nesse cenário porque há muitos profissionais preocupados apenas com o dinheiro, não com o paciente. "Não tenho dúvidas [disso] e eles estão por aí. Fico indignada. São pessoas que não têm talento nenhum, que não têm a vocação básica [para exercer a medicina] que é gostar de gente. E aí o que nos selecionava? Você tinha que estudar muito para passar em um vestibular que era difícil, mas houve uma tragédia no Brasil chamada proliferação indevida de faculdades de medicina. Hoje a gente só perde para a Índia, somos o segundo país no mundo em números de faculdades de medicina, a maioria é privada e de baixa qualidade".

Ludhmila destacou que muitas instituições não oferecem o básico para a formação do médico, sem professores adequados e hospital universitário. "[Forma] esse pseudomédico que não sabe nada e não faz prova de residência. É esse cara que vai estar no posto, na UPA, que vai atender um infarto, achar que é uma dor e passar um anti-inflamatório. É isso que nós estamos vivendo, o pior momento da formação médica no Brasil".

Atendimento a Bolsonaro após o atentado em 2018

Hajjar explicou que participou da primeira cirurgia de Bolsonaro logo após a facada e que cuidou dele "nas horas mais críticas". "Cheguei em um momento em que o paciente já estava sendo operado. Participei do final da cirurgia, da chegada dele na UTI, cuidei dele nas horas mais críticas e, assim que ele estabilizou, houve necessidade de transferência para São Paulo. Eu cumpri a missão que me foi dada".

A médica também rechaçou as fake news divulgadas na época de que a facada seria uma invenção. "É uma tristeza fazer isso, porque nessas horas não há julgamentos: é um paciente que sofreu um atentado grave, que quase morreu e que até hoje sofre as complicações disso. É indiscutível que isso é uma maldade [as fake news], isso impera na nossa sociedade, não é só uma questão médica. São pessoas ruins que usam o sofrimento dos outros para fazer política, ideologia e isso realmente tem que ser combatido".

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Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Ludhmila Hajjar:

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