Topo

Rússia critica Charles por comparar Putin a Hitler

22/05/2012 01h42

MOSCOU, 22 Mai 2014 (AFP) - A Rússia pediu nesta quinta-feira explicações oficiais a Londres sobre as declarações atribuídas ao príncipe Charles comparando o presidente russo Vladimir Putin a Adolf Hitler, acrescentando que "não são dignas do futuro rei britânico".

"Se estas palavras foram realmente ditas, indubitavelmente não são dignas do futuro monarca britânico", declarou, em Mosocu, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores russo, Alexandre Lukashevich.

"Solicitamos uma explicação oficial às autoridades britânicas", acrescentou.

Nem a Clarence House, a residência do herdeiro da Coroa, nem a chancelaria britânica responderam publicamente ao pedido de Moscou.

O vice-embaixador russo em Londres, Alexander Kramarenko, se reuniu com membros do Foreign Office, mas estes afirmaram que "não comentavam notícias sobre conversas privadas", informaram em um comunicado.

O príncipe Charles teria feito comentário delicado e polêmico durante uma visita ao Canadá, ao comparar as recentes ações do presidente Putin com as de Hitler.

O jornal britânico The Daily Mail afirmou nesta quarta-feira que várias testemunhas ouviram o príncipe fazer este comentário a Marienne Ferguson, de 78 anos, que fugiu dos nazistas aos 13 e perdeu sua família no Holocausto.

"Falei com ele sobre meus antecedentes familiares e sobre como cheguei ao Canadá", declarou Ferguson ao jornal.

"O príncipe depois disse: 'e agora Putin está fazendo quase o mesmo que Hitler'", acrescentou.

"Devo dizer que concordo com ele e estou certa de que muita gente também concorda (...) Fiquei muito surpresa com o fato de ele fazer este comentário, porque eles (a família real) não costumam dizer essas coisas, mas foi muito sincero e honesto", disse.

O herdeiro da Coroa conversou com Ferguson durante uma visita ao Museu Canadense da Imigração, em Halifax, Nova Escócia, em uma escala de sua viagem de quatro dias pelo Canadá junto a sua esposa Camila.

O príncipe Charles e sua mãe, a rainha Elizabeth II, se encontrarão com Putin na comemoração do Dia D da Segunda Guerra Mundial, em 6 de junho no norte da França.

As declarações do príncipe refletem a frustração ocidental com a Rússia por seu confronto com a Ucrânia.

A anexação russa da província ucraniana da Crimeia em março desencadeou a pior crise nas relações entre Ocidente e Moscou desde a Guerra Fria.

A anexação foi seguida pelo surgimento de grupos pró-russos contra Kiev que colocaram a Ucrânia à beira da guerra civil.

am-al/jz/cn