França: candidatos das primárias da direita se enfrentam em último debate
Paris, 24 Nov 2016 (AFP) - O favorito das primárias da direita para a eleição presidencial francesa, François Fillon, enfrenta seu rival, Alain Juppé em um duelo televisivo nesta quinta-feira à noite, em um clima tenso antes do segundo turno das prévias, no domingo.
O desafio é decisivo para os dois ex-primeiros-ministros, pois o vencedor, de acordo com pesquisas, estará bem posicionado para vencer a extrema-direita no segundo turno das eleições presidenciais, em maio.
Para recuperar a diferença, Alain Juppé (28,6% dos votos no primeiro turno das prévias) atacou seu concorrente (44%) a tal ponto que muitos dos seus apoiadores pediram o fim das hostilidades.
"Nós cruzamos a linha vermelha quando empregamos um vocabulário caricato utilizado pela esquerda quando nos ataca. Eu digo 'stop' (pare). Competição sim, não divisão", implorou Laurent Wauquiez, presidente interino do partido Republicanos, ao qual pertencem os dois candidatos.
Mais de 200 parlamentares de direita e centro pediram "um debate franco, mas respeitoso com o outro".
O porta-voz de Juppé, Benoist Apparu, denunciou "a tensão política da campanha de segundo turno".
Alain Juppé, de 71 anos, atirou para todo os lado: pediu ao seu oponente, de 62 anos, para justificar as suas posições sobre o aborto e criticou a "visão extremamente tradicionalista, se não um pouco retrógrada" da sociedade.
Ele questionou a credibilidade e a "brutalidade" de seu programa "ultra-liberal", que prevê a eliminação de 500.000 empregos no setor público. Ele também criticou a "complacência excessiva vis-à-vis Putin" e um afluxo de "apoiantes de extrema-direita".
'Mais religião que Europa'"Eu nunca teria pensado que o meu amigo Alain Juppé fosse tão baixo", reagiu François Fillon. "Eu sou gaullista, de direita, isso é tudo. Não há nenhuma razão para andar na sombra", insistiu, em declarações ao jornal Figaro.
Com cômoda vantagem, o ex-primeiro-ministro do presidente Nicolas Sarkozy, que lhe deu apoio depois de sua derrota no primeiro turno, varreu as críticas e colocou seu rival "no pequena microcosmo, sempre o mesmo", que "acredita falar em nome do povo francês".
Ele retrucou as acusações de brutalidade nesta quinta-feira no mesmo jornal. "O que é brutal hoje é o desemprego (...), a insegurança, a pobreza que está aumentando (...), são os ataques terroristas. (...) Eu tenho um projeto redondo, capaz de reabilitar o país".
Católico convicto, que fala de sua "fé pessoal" e suas "convicções religiosas", Fillon também reivindica suas posições sobre a família, um "valor" que ele quer colocar "no coração de toda a política pública".
Alain Juppé, no entanto, retrucou: "Eu sou mais próximo das palavras do papa Francisco que da 'Manif para Todos", a associação que mobilizou centenas de milhares de pessoas contra a lei do casamento gay, aprovada em 2013. "O senso comum" é a emanação política da "Manif", reagiu Fillon.
Este ataque de religiosidade, que é raro na política francesa, surpreendeu o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Em entrevista a um site informativo, Juncker considerou "bastante curioso, em um país que atribui grande importância ao secularismo" que a religião seja um "fator de debate. (...) Falamos mais de religião do que da Europa. É bom sinal? Eu duvido", acrescentou.
jg-blb/mct/mr
O desafio é decisivo para os dois ex-primeiros-ministros, pois o vencedor, de acordo com pesquisas, estará bem posicionado para vencer a extrema-direita no segundo turno das eleições presidenciais, em maio.
Para recuperar a diferença, Alain Juppé (28,6% dos votos no primeiro turno das prévias) atacou seu concorrente (44%) a tal ponto que muitos dos seus apoiadores pediram o fim das hostilidades.
"Nós cruzamos a linha vermelha quando empregamos um vocabulário caricato utilizado pela esquerda quando nos ataca. Eu digo 'stop' (pare). Competição sim, não divisão", implorou Laurent Wauquiez, presidente interino do partido Republicanos, ao qual pertencem os dois candidatos.
Mais de 200 parlamentares de direita e centro pediram "um debate franco, mas respeitoso com o outro".
O porta-voz de Juppé, Benoist Apparu, denunciou "a tensão política da campanha de segundo turno".
Alain Juppé, de 71 anos, atirou para todo os lado: pediu ao seu oponente, de 62 anos, para justificar as suas posições sobre o aborto e criticou a "visão extremamente tradicionalista, se não um pouco retrógrada" da sociedade.
Ele questionou a credibilidade e a "brutalidade" de seu programa "ultra-liberal", que prevê a eliminação de 500.000 empregos no setor público. Ele também criticou a "complacência excessiva vis-à-vis Putin" e um afluxo de "apoiantes de extrema-direita".
'Mais religião que Europa'"Eu nunca teria pensado que o meu amigo Alain Juppé fosse tão baixo", reagiu François Fillon. "Eu sou gaullista, de direita, isso é tudo. Não há nenhuma razão para andar na sombra", insistiu, em declarações ao jornal Figaro.
Com cômoda vantagem, o ex-primeiro-ministro do presidente Nicolas Sarkozy, que lhe deu apoio depois de sua derrota no primeiro turno, varreu as críticas e colocou seu rival "no pequena microcosmo, sempre o mesmo", que "acredita falar em nome do povo francês".
Ele retrucou as acusações de brutalidade nesta quinta-feira no mesmo jornal. "O que é brutal hoje é o desemprego (...), a insegurança, a pobreza que está aumentando (...), são os ataques terroristas. (...) Eu tenho um projeto redondo, capaz de reabilitar o país".
Católico convicto, que fala de sua "fé pessoal" e suas "convicções religiosas", Fillon também reivindica suas posições sobre a família, um "valor" que ele quer colocar "no coração de toda a política pública".
Alain Juppé, no entanto, retrucou: "Eu sou mais próximo das palavras do papa Francisco que da 'Manif para Todos", a associação que mobilizou centenas de milhares de pessoas contra a lei do casamento gay, aprovada em 2013. "O senso comum" é a emanação política da "Manif", reagiu Fillon.
Este ataque de religiosidade, que é raro na política francesa, surpreendeu o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Em entrevista a um site informativo, Juncker considerou "bastante curioso, em um país que atribui grande importância ao secularismo" que a religião seja um "fator de debate. (...) Falamos mais de religião do que da Europa. É bom sinal? Eu duvido", acrescentou.
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