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Bob Dylan tem até 10 de junho para decidir se aceita o dinheiro do Nobel

28/03/2017 10h16

Estocolmo, 28 Mar 2017 (AFP) - A Academia Sueca advertiu o vencedor do Nobel de Literatura Bob Dylan que ele tem até 10 de junho para apresentar o discurso de aceitação, caso deseje receber o dinheiro da premiação.

O cantor e compositor americano não compareceu à cerimônia solene de entrega do prêmio, no dia 10 de dezembro de 2016, e enviou apenas um discurso de agradecimento.

A Academia sueca, que concede o prêmio, espera um discurso de aceitação digno deste nome, que abriria o caminho para a entrega de oito milhões coroas (839.000 euros), parte do prêmio.

O discurso, chamado de "conferência/palestra Nobel", pode ser feito em qualquer formato, inclusive uma transmissão por vídeo ou uma canção.

"Não tivemos nenhuma conversa por telefone com Bob Dylan nos últimos meses. Dylan sabe que deve fazer uma conferência Nobel até 10 de junho no mais tardar para receber o pagamento", escreveu Sara Danius, secretária permanente da Academia Sueca, em seu blog.

"O que ele decidir fazer é um problema dele", completou.

O artista tem três shows agendados na Suécia, dois deles em Estocolmo nos dias 1 e 2 de abril e o outro em Lund (sul) no dia 9. De acordo com Danius, as apresentações de Estocolmo estavam programadas muito antes do anúncio do Prêmio Nobel.

Bob Dylan permanecerá como o vencedor do Nobel de Literatura de 2016, independente de apresentar o discurso ou não.

"No que diz respeito à Academia Sueca está claro que o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura é Bob Dylan e mais ninguém", destacou Danius.

Primeiro cantor e compositor a receber o prêmio, Dylan reagiu com um grande silêncio, um tema muito debatido na Suécia. Ele só falou sobre o Nobel duas semanas após o anúncio.

Depois, o artista não apresentou nenhuma explicação sobre sua ausência na cerimônia de 10 de dezembro, mas enviou um discurso de agradecimento no qual dizia estar "honrado por receber um prêmio tão prestigioso".

Antes de Bob Dylan, outros premiados como Doris Lessing, Harold Pinter ou Elfriede Jelinek não compareceram a Estocolmo, mas realizaram a "conferência/palestra Nobel".