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Lei marcial no sul das Filipinas pode durar até um ano

23/05/2017 22h10

Manila, 24 Mai 2017 (AFP) - A lei marcial em vigor na região de Mindanao pode se estender por um ano - anunciou o presidente filipino, Rodrigo Duterte, nesta quarta-feira.

Em vídeo publicado no site do governo, Duterte declarou que "pode levar um ano, mas se acabar em um mês eu ficaria feliz".

O presidente decretou lei marcial na região de Mindanao na terça-feira (23), depois de letais confrontos entre as forças de segurança e militantes de um grupo ligado ao Estado Islâmico (EI) na cidade de Marawi, de maioria muçulmana.

Em sua declaração, Duterte citou a estratégia utilizada pelo falecido ditador Ferdinand Marcos.

"Não poderia ser diferente do que fez o presidente Marcos", afirmou Duterte, que durante a campanha prometeu mão dura frente ao "terrorismo".

"Às 22h (locais, 11h em Brasília), Duterte declarou lei marcial em toda a ilha de Mindanao", anunciou o porta-voz do presidente, Ernesto Abella, em pronunciamento pela televisão.

Abella afirmou que a lei marcial estará em vigor durante 60 dias, conforme o limite que marca a Constituição.

Mindanao é formada por uma ilha grande que leva o mesmo nome e várias ilhas menores, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas.

Em função desses confrontos, Duterte encurtou sua viagem a Moscou. Ele chegou a ser recebido pelo presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça à noite no Kremlin.

"Unidades do Estado Islâmico ocupam uma província (filipina), e há enfrentamentos, uma operação militar está em curso agora. Infelizmente, devo retornar", afirmou Duterte no início do encontro, segundo declarações traduzidas para o russo.

"Entendemos muito bem e respeitamos o fato de que você deva voltar imediatamente para seu país", respondeu o presidente Putin, apresentando suas condolências a Duterte por esse "ataque terrorista".

"Nosso país precisa de armamentos modernos (...) para lutar contra o EI. Precisamos de armas", frisou Duterte.

"Fizemos encomendas aos Estados Unidos, mas a situação é um pouco complicada", acrescentou, sem dar detalhes.

Em um telefonema no início de maio, o presidente americano, Donald Trump, convidou o colega filipino a ir a Washington.

Um policial e dois soldados morreram nos choques em Mindanao, que começaram quando policiais e soldados invadiram uma casa onde estaria escondido Isnilon Hapilon, líder do grupo Abu Sayyaf e chefe do braço do EI nas Filipinas.

Instalado em Mindanao, o grupo Abu Sayyaf sequestrou centenas de filipinos e de estrangeiros desde o início dos anos 1990 para obter dinheiro com os resgates. Também assumiu a autoria dos piores atentados ocorridos no país, incluindo aquele cometido em 2004 em um ferry na baía de Manila. Nesse ataque morreram mais de 100 pessoas.

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