May é alvo de críticas no reinício da campanha após atentado de Manchester
Londres, 26 Mai 2017 (AFP) - A campanha eleitoral britânica foi retomada nesta sexta-feira com críticas à primeira-ministra Theresa May e aos conservadores após o atentado de Manchester, enquanto as investigações prosseguiam com uma nova detenção.
A menos de duas semanas das eleições de 8 de junho, uma pesquisa do instituto YouGov para o jornal The Times mostra uma vantagem de apenas de 5% nas intenções de voto dos conservadores (43%-38%) em relação aos trabalhistas liderados por Jeremy Corbyn, contra 20% no início da campanha.
A pesquisa foi realizada na quarta-feira e quinta-feira desta semana, dominada pelo noticiário do atentado que deixou 22 mortos na Manchester Arena.
Em um discurso que pronunciará nesta sexta-feira, que teve alguns trechos antecipados para a imprensa, Corbyn vai alegar que a chamada "guerra contra o terrorismo", com o envolvimento em guerras ao redor do planeta, fracassou e aumentou a possibilidade de atentados em casa, assim como os cortes orçamentários nas forças de segurança.
"Muitos analistas, incluindo profissionais de nossos serviços de inteligência e segurança, têm apontado as conexões entre as guerras em outros países que nosso governo apoia, ou nas quais participa, com o terrorismo em casa", afirma o discurso de Corbyn.
"Esta consideração não reduz de modo algum a culpa dos que atacam nossas crianças", completa.
As críticas de Corbyn se unem às declarações de quinta-feira de Suzanne Evans, a número dois do UKIP (Partido para a Independência do Reino Unido), para quem May "tem parte da responsabilidade" no atentado pelos cortes na área de segurança.
May foi ministra do Interior durante seis anos, antes de virar chefe de Governo em 2016 com a renúncia do também conservador David Cameron, que renunciou após a derrota no referendo sobre a União Europeia.
A primeira-ministra participará nesta sexta-feira na Sicília (Itália) na reunião de cúpula do G7, onde pretende solicitar às grandes empresas de internet um envolvimento maior na eliminação do conteúdo extremistas on-line.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, visitará Londres nas próximas horas para expressar a solidariedade com o país e os britânicos.
O gesto pretende reduzir a tensão provocada pelos vazamentos à imprensa de detalhes da investigação compartilhados pelo Reino Unido com os Estados Unidos.
- Mais um detido -A polícia anunciou a detenção na madrugada de sexta-feira de outro homem na investigação do atentado. Oito pessoas permanecem detidas no Reino Unido, incluindo um irmão do autor do ataque, Salman Abedi, de 22 anos.
A polícia também realizou uma operação em uma casa de Wigan, ao oeste de Manchester, onde um suspeito foi detido na quinta-feira.
O pai e outro irmão de Abedi estão detidos na Líbia.
Aos poucos, a polícia reconstitui o itinerário de Salman Abedi até sua morte na Manchester Arena.
Nascido em Manchester, filho de pais líbios que fugiram do regime de Muamar Khadafi, Abedi viajou à Líbia e retornou ao Reino Unido poucos dias antes do ataque.
No caminho de volta a Manchester a partir da Líbia, Abedi fez escalas em Istambul e Düsseldorf, sem abandonar as áreas de trânsito dos dois aeroportos. Os voos diretos entre a Turquia e o Reino Unido são particularmente vigiados pela possibilidade de transporte de combatentes da Síria e do Iraque.
De acordo com os jornais The Sun e The Times, Abedi passou os últimos dias antes do atentado em um apartamento alugado no centro de Manchester, perto da estação Piccadilly e da Manchester Arena, onde pode ter fabricado a bomba.
- Luta para voltar à normalidade -Manchester organiza nesta sexta-feira o Great City Games, uma competição de atletismo no centro da cidade.
"Manchester é realmente uma cidade resiliente e esperamos com impaciência este grande evento esportivo organizado com a ajuda da polícia", declarou Luthfur Rahman, secretário de Cultura e Esporte do município.
O alerta máximo no país provocou a presença de policiais armados nos trens e a suspensão das viagens escolares a Londres.
As autoridades não consideram desmantelada a célula que auxiliou Abedi no atentado e, segundo a imprensa britânica, as autoridades pediram aos hospitais que permaneçam em alerta para a possibilidade de novos ataques no fim de semana prolongado, pois segunda-feira é feriado na Inglaterra.
bur-al/acc/fp
A menos de duas semanas das eleições de 8 de junho, uma pesquisa do instituto YouGov para o jornal The Times mostra uma vantagem de apenas de 5% nas intenções de voto dos conservadores (43%-38%) em relação aos trabalhistas liderados por Jeremy Corbyn, contra 20% no início da campanha.
A pesquisa foi realizada na quarta-feira e quinta-feira desta semana, dominada pelo noticiário do atentado que deixou 22 mortos na Manchester Arena.
Em um discurso que pronunciará nesta sexta-feira, que teve alguns trechos antecipados para a imprensa, Corbyn vai alegar que a chamada "guerra contra o terrorismo", com o envolvimento em guerras ao redor do planeta, fracassou e aumentou a possibilidade de atentados em casa, assim como os cortes orçamentários nas forças de segurança.
"Muitos analistas, incluindo profissionais de nossos serviços de inteligência e segurança, têm apontado as conexões entre as guerras em outros países que nosso governo apoia, ou nas quais participa, com o terrorismo em casa", afirma o discurso de Corbyn.
"Esta consideração não reduz de modo algum a culpa dos que atacam nossas crianças", completa.
As críticas de Corbyn se unem às declarações de quinta-feira de Suzanne Evans, a número dois do UKIP (Partido para a Independência do Reino Unido), para quem May "tem parte da responsabilidade" no atentado pelos cortes na área de segurança.
May foi ministra do Interior durante seis anos, antes de virar chefe de Governo em 2016 com a renúncia do também conservador David Cameron, que renunciou após a derrota no referendo sobre a União Europeia.
A primeira-ministra participará nesta sexta-feira na Sicília (Itália) na reunião de cúpula do G7, onde pretende solicitar às grandes empresas de internet um envolvimento maior na eliminação do conteúdo extremistas on-line.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, visitará Londres nas próximas horas para expressar a solidariedade com o país e os britânicos.
O gesto pretende reduzir a tensão provocada pelos vazamentos à imprensa de detalhes da investigação compartilhados pelo Reino Unido com os Estados Unidos.
- Mais um detido -A polícia anunciou a detenção na madrugada de sexta-feira de outro homem na investigação do atentado. Oito pessoas permanecem detidas no Reino Unido, incluindo um irmão do autor do ataque, Salman Abedi, de 22 anos.
A polícia também realizou uma operação em uma casa de Wigan, ao oeste de Manchester, onde um suspeito foi detido na quinta-feira.
O pai e outro irmão de Abedi estão detidos na Líbia.
Aos poucos, a polícia reconstitui o itinerário de Salman Abedi até sua morte na Manchester Arena.
Nascido em Manchester, filho de pais líbios que fugiram do regime de Muamar Khadafi, Abedi viajou à Líbia e retornou ao Reino Unido poucos dias antes do ataque.
No caminho de volta a Manchester a partir da Líbia, Abedi fez escalas em Istambul e Düsseldorf, sem abandonar as áreas de trânsito dos dois aeroportos. Os voos diretos entre a Turquia e o Reino Unido são particularmente vigiados pela possibilidade de transporte de combatentes da Síria e do Iraque.
De acordo com os jornais The Sun e The Times, Abedi passou os últimos dias antes do atentado em um apartamento alugado no centro de Manchester, perto da estação Piccadilly e da Manchester Arena, onde pode ter fabricado a bomba.
- Luta para voltar à normalidade -Manchester organiza nesta sexta-feira o Great City Games, uma competição de atletismo no centro da cidade.
"Manchester é realmente uma cidade resiliente e esperamos com impaciência este grande evento esportivo organizado com a ajuda da polícia", declarou Luthfur Rahman, secretário de Cultura e Esporte do município.
O alerta máximo no país provocou a presença de policiais armados nos trens e a suspensão das viagens escolares a Londres.
As autoridades não consideram desmantelada a célula que auxiliou Abedi no atentado e, segundo a imprensa britânica, as autoridades pediram aos hospitais que permaneçam em alerta para a possibilidade de novos ataques no fim de semana prolongado, pois segunda-feira é feriado na Inglaterra.
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