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Cosby quer contar seus problemas judiciais em público

22/06/2017 19h55

Nova York, 22 Jun 2017 (AFP) - O ator americano Bill Cosby, cujo julgamento por agressão sexual foi anulado na semana passada, planeja realizar reuniões públicas para contar suas desventuras judiciais e advertir contra as disfunções do sistema, disse seu porta-voz nesta quinta-feira.

"Estamos ainda na fase de preparação. (...) Estamos vendo em que cidades poderíamos organizar isso, ainda não temos data", disse à AFP o porta-voz Andrew Wyatt, após mencionar o plano em uma entrevista a um canal de televisão do Alabama, o estado natal de Cosby.

"Recebemos centenas de ligações de cidadãos que querem que Bill Cosby lhes fale sobre o sistema judicial", afirmou.

A ideia é alertar os jovens sobre os problemas do sistema que terminou com um julgamento penal contra Cosby apesar de ele ter chegado, anos antes, a um acordo civil com a suposta vítima, o que deveria encerrar ao assunto.

"Eles têm de saber que, se isto pode acontecer com Bill Cosby, também pode acontecer com eles", disse Wyatt, acusando mais uma vez o promotor Kevin Steele de ter processado o ator, de 79 anos, por pura "ambição política".

O julgamento do ex-protagonista de "The Cosby Show", acusado de ter drogado e agredido sexualmente em 2004 uma ex-jogadora de basquete canadense, Andrea Constand, foi anulado no sábado, depois dos 12 membros do júri debaterem mais de cinco dias sem chegar a um consenso sobre um veredicto.

Embora cerca de 60 mulheres tenham denunciado que foram agredidas sexualmente por Cosby, o processo realizado na Pensilvânia se baseou apenas no caso de Constand, porque os outros supostos crimes prescreveram.

O juiz pediu aos jurados que não comentassem as deliberações, mas um deles contou anonimamente à rede ABC que dois dos 12 membros do júri se negaram a declará-lo culpado.

A fonte contou que o clima era tão tenso e as deliberações se prolongaram tanto tempo que alguns jurados choraram, e em determinado momento um deles deu um soco na parede.

Cosby não testemunhou durante o processo. Permanece acusado e em liberdade sob fiança, esperando a realização de um novo julgamento, que o juiz disse que quer organizar para daqui a quatro meses.