Iraque anuncia retomada de mesquita emblemática de Mossul e 'fim' do califado do EI
Bagdá, 29 Jun 2017 (AFP) - As forças iraquianas anunciaram nesta quinta-feira que retomaram a emblemática mesquita de Mossul diante da qual o líder do grupo Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, fez sua única aparição pública e proclamou seu "califado" em julho de 2014.
Para o primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi, a reconquista marca o "fim do falso Estado do Daesh", utilizando um acrônimo em árabe do EI.
De acordo com um porta-voz militar americano, a libertação total da cidade acontecerá em questão de dias.
"Não posso façar de um cronograma para isso, mas percebo que a reconquista está mais próxima de dias do que de uma semana ou semanas", afirmou o porta-voz da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, Ryan Dillon.
O anúncio da tomada da mesquita foi feito pelo Exército iraquiano, que indicou que "as forças de contraterrorismo assumiram o controle da mesquita Al-Nuri e (do minarete) Hadba".
O canal estatal Iraqiya anunciou, por sua vez, a "queda do Estado fictício" - brincando com o nome dado pelo EI ao seu pseudo-"Estado do califado" autoproclamado nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.
Na semana passada, várias explosões provocadas pelos jihadistas destruíram o famoso minarete da mesquita conhecido como "Hadba".
Localizados na Cidade Velha de Mossul, Al-Nuri e Hadba eram monumentos emblemáticos da cidade. Também ganharam uma importância particular sob o reinado o EI, que tomou a cidade em 2014.
Foi nesta mesquita que Al-Baghdadi apareceu pouco depois da conquista da cidade, chamando em uma oração os muçulmanos a obedecê-lo.
O minarete inclinado, cuja construção terminou em 1172, é a figura impressa nas notas de 10.000 dinars iraquianos. Os extremistas haviam hasteado sua bandeira no seu topo, a 45 m de altura.
O primeiro-ministro iraquiano classificou a destruição do local como uma "declaração oficial de derrota" por parte do EI, no momento em que as tropas iraquianas avançam na Cidade Antiga de Mossul, último reduto dos jihadistas, e dão mais um passo rumo ao controle total da segunda maior cidade do Iraque.
Em Mossul, o grupo extremista sunita ainda controla uma pequena parte da Cidade Antiga, mas as ruas estreitas e a presença de muitos civis fazem o avanço das forças iraquianas extremamente complicado, enquanto os combatentes do EI resistem fortemente.
Quase 100.000 civis são "mantidos como escudos humanos" na Cidade Antiga, segundo a ONU.
Três anos depois de tomar Mossul, o paradeiro de Baghdadi continua desconhecido, enquanto que o EI perdeu a maior parte dos territórios que ocupava como resultado de uma ofensiva lançada em junho de 2014.
Em 16 de junho, o exército russo indicou em um comunicado que provavelmente havia matado o líder da organização jihadista durante um ataque aéreo realizado no final de maio contra uma reunião de líderes do EI perto Raqa, principal reduto do grupo no norte da Síria.
A coalizão internacional liderada por Washington afirmou não ser capaz de confirmar o anúncio de Moscou.
Hoje, o "califado" sofre com as ofensivas militares no Iraque e na Síria, mas o grupo consegue organizar ataques sangrentos em todo o mundo.
De acordo com um estudo do escritório de análise IHS Markit divulgado nesta quinta-feira, o EI perdeu em três anos 60% do território que havia conquistado e 80% de suas receitas.
O território do "califado" passou de 90.000 km2 em janeiro de 2015 para 36.200 km2 em junho de 2017, aponta a empresa com sede em Londres.
"A ascensão e queda do EI se caracteriza por uma rápida expansão seguida por um declínio constante. Três anos após a sua proclamação, é evidente que o projeto de governança do califado fracassou", observa Columb Strack, um especialista em Oriente Médio do IHS Markit.
"O resto do 'califado' deve desintegrar-se antes do final do ano e o seu projeto será reduzido a uma série de áreas urbanas isoladas que deverão ser reconquistadas ao longo do ano de 2018", acrescenta.
ak-wd/feb-hj/mr
Para o primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi, a reconquista marca o "fim do falso Estado do Daesh", utilizando um acrônimo em árabe do EI.
De acordo com um porta-voz militar americano, a libertação total da cidade acontecerá em questão de dias.
"Não posso façar de um cronograma para isso, mas percebo que a reconquista está mais próxima de dias do que de uma semana ou semanas", afirmou o porta-voz da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, Ryan Dillon.
O anúncio da tomada da mesquita foi feito pelo Exército iraquiano, que indicou que "as forças de contraterrorismo assumiram o controle da mesquita Al-Nuri e (do minarete) Hadba".
O canal estatal Iraqiya anunciou, por sua vez, a "queda do Estado fictício" - brincando com o nome dado pelo EI ao seu pseudo-"Estado do califado" autoproclamado nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.
Na semana passada, várias explosões provocadas pelos jihadistas destruíram o famoso minarete da mesquita conhecido como "Hadba".
Localizados na Cidade Velha de Mossul, Al-Nuri e Hadba eram monumentos emblemáticos da cidade. Também ganharam uma importância particular sob o reinado o EI, que tomou a cidade em 2014.
Foi nesta mesquita que Al-Baghdadi apareceu pouco depois da conquista da cidade, chamando em uma oração os muçulmanos a obedecê-lo.
O minarete inclinado, cuja construção terminou em 1172, é a figura impressa nas notas de 10.000 dinars iraquianos. Os extremistas haviam hasteado sua bandeira no seu topo, a 45 m de altura.
O primeiro-ministro iraquiano classificou a destruição do local como uma "declaração oficial de derrota" por parte do EI, no momento em que as tropas iraquianas avançam na Cidade Antiga de Mossul, último reduto dos jihadistas, e dão mais um passo rumo ao controle total da segunda maior cidade do Iraque.
Em Mossul, o grupo extremista sunita ainda controla uma pequena parte da Cidade Antiga, mas as ruas estreitas e a presença de muitos civis fazem o avanço das forças iraquianas extremamente complicado, enquanto os combatentes do EI resistem fortemente.
Quase 100.000 civis são "mantidos como escudos humanos" na Cidade Antiga, segundo a ONU.
Três anos depois de tomar Mossul, o paradeiro de Baghdadi continua desconhecido, enquanto que o EI perdeu a maior parte dos territórios que ocupava como resultado de uma ofensiva lançada em junho de 2014.
Em 16 de junho, o exército russo indicou em um comunicado que provavelmente havia matado o líder da organização jihadista durante um ataque aéreo realizado no final de maio contra uma reunião de líderes do EI perto Raqa, principal reduto do grupo no norte da Síria.
A coalizão internacional liderada por Washington afirmou não ser capaz de confirmar o anúncio de Moscou.
Hoje, o "califado" sofre com as ofensivas militares no Iraque e na Síria, mas o grupo consegue organizar ataques sangrentos em todo o mundo.
De acordo com um estudo do escritório de análise IHS Markit divulgado nesta quinta-feira, o EI perdeu em três anos 60% do território que havia conquistado e 80% de suas receitas.
O território do "califado" passou de 90.000 km2 em janeiro de 2015 para 36.200 km2 em junho de 2017, aponta a empresa com sede em Londres.
"A ascensão e queda do EI se caracteriza por uma rápida expansão seguida por um declínio constante. Três anos após a sua proclamação, é evidente que o projeto de governança do califado fracassou", observa Columb Strack, um especialista em Oriente Médio do IHS Markit.
"O resto do 'califado' deve desintegrar-se antes do final do ano e o seu projeto será reduzido a uma série de áreas urbanas isoladas que deverão ser reconquistadas ao longo do ano de 2018", acrescenta.
ak-wd/feb-hj/mr
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.