Medidas antimigratórias de Trump entram em vigor nos EUA
Washington, 29 Jun 2017 (AFP) - As novas restrições de entrada nos Estados Unidos impostas pelo decreto antimigração de Donald Trump entram em vigor nesta quinta-feira (29), em meio a uma grande confusão a respeito de sua aplicação.
Três dias depois de a Suprema Corte americana ter autorizado a aplicação parcial de uma das mais polêmicas medidas do presidente, muitas perguntas continuam sem resposta.
Adotada com a justificativa de impedir a chegada de "terroristas", a ordem executiva proíbe, temporariamente, a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países de maioria muçulmana (Síria, Líbia, Irã, Sudão, Somália e Iêmen), assim como de refugiados de qualquer parte do mundo.
Na segunda-feira, os juízes da mais alta corte do país limitaram o alcance desse decreto. A proibição de ingresso não poderá ser aplicada a quem puder justificar "uma relação de boa-fé com uma pessoa, ou com uma entidade, nos Estados Unidos".
Entre as exceções previstas, estão aqueles que queiram ir aos EUA para visitar um familiar próximo, um estudante que tenha sido admitido em uma universidade americana, um profissional contratado para trabalhar em uma empresa local, ou ainda, um professor convidado para dar uma palestra.
Para além desses exemplos específicos, há uma série de questões em aberto, inclusive entre advogados experientes na área. O que será entendido como "relação de boa-fé", por exemplo? Como um refugiado sírio pode provar a existência de um laço anterior com os Estados Unidos?
- Enxurrada de ações judiciaisEssa abordagem no meio do caminho adotada pela Suprema Corte preocupa tanto os que apoiam a ordem executiva de Trump, quanto os que a rejeitam. Todos temem uma proliferação de ações sobre a interpretação dessa noção de "relação de boa-fé".
"Isso convidará a uma enxurrada de contenciosos até que esse caso esteja finalmente resolvido nos méritos, enquanto as partes e as cortes lutam para determinar o que constitui, exatamente, uma 'relação de boa-fé'", adverte o juiz conservador Clarence Thomas, que integra a Suprema Corte.
Alguns detalhes foram dados poucas horas antes da entrada dessa norma em vigor, prevista acontecer às 20h locais de hoje (21h, horário de Brasília), de acordo com o jornal "The New York Times".
Em mensagem dirigida a sua rede diplomática, o governo americano especificou sua concepção do que deve ser entendido como "família próxima".
Essa noção engloba "os pais (inclusive adotivos), os esposos, crianças, filhos ou filhas adultos, genros, noras, irmãs e irmãos e meio-irmãos ou meio-irmãs".
Ficam de fora avós, netos, tios e tias, sobrinhos, primos, noivos e noivas, cunhados e cunhadas.
A "relação de boa-fé" deve ser "formal, documentada e ter sido estabelecida em circunstâncias comuns, e não com o objetivo de burlar esse decreto", ressalta o texto.
Em meio a tantas dúvidas, os turistas originários desses seis países se perguntavam se uma simples reserva de hotel seria considerada suficiente para obter um visto. E a resposta das autoridades é que não, mesmo nos casos em que o visto já tenha sido concedido.
- Evitar o caosEmbora seja provável que essa polêmica se estenda aos tribunais, os especialistas preveem um impacto limitado nos aeroportos, diferentemente do caos deflagrado em 27 de janeiro passado com a implementação da primeira versão desse decreto.
Advogados pro bono e várias associações ofereceram ajuda gratuita, na época, para atender aos viajantes detidos nos aeroportos e ameaçados de expulsão. Algumas dessas organizações garantiram que voltarão a ocupar terminais aéreos no país, mais uma vez, a partir desta quinta.
Em 3 de fevereiro, um juiz federal suspendeu a primeira versão do decreto de Trump, o mesmo acontecendo em março com sua segunda edição. Os magistrados justificaram sua decisão, alegando que o texto era discriminatório em relação ao Islã.
Na última segunda-feira (26), a Suprema Corte anunciou que examinará essa segunda versão em outubro.
Três dias depois de a Suprema Corte americana ter autorizado a aplicação parcial de uma das mais polêmicas medidas do presidente, muitas perguntas continuam sem resposta.
Adotada com a justificativa de impedir a chegada de "terroristas", a ordem executiva proíbe, temporariamente, a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países de maioria muçulmana (Síria, Líbia, Irã, Sudão, Somália e Iêmen), assim como de refugiados de qualquer parte do mundo.
Na segunda-feira, os juízes da mais alta corte do país limitaram o alcance desse decreto. A proibição de ingresso não poderá ser aplicada a quem puder justificar "uma relação de boa-fé com uma pessoa, ou com uma entidade, nos Estados Unidos".
Entre as exceções previstas, estão aqueles que queiram ir aos EUA para visitar um familiar próximo, um estudante que tenha sido admitido em uma universidade americana, um profissional contratado para trabalhar em uma empresa local, ou ainda, um professor convidado para dar uma palestra.
Para além desses exemplos específicos, há uma série de questões em aberto, inclusive entre advogados experientes na área. O que será entendido como "relação de boa-fé", por exemplo? Como um refugiado sírio pode provar a existência de um laço anterior com os Estados Unidos?
- Enxurrada de ações judiciaisEssa abordagem no meio do caminho adotada pela Suprema Corte preocupa tanto os que apoiam a ordem executiva de Trump, quanto os que a rejeitam. Todos temem uma proliferação de ações sobre a interpretação dessa noção de "relação de boa-fé".
"Isso convidará a uma enxurrada de contenciosos até que esse caso esteja finalmente resolvido nos méritos, enquanto as partes e as cortes lutam para determinar o que constitui, exatamente, uma 'relação de boa-fé'", adverte o juiz conservador Clarence Thomas, que integra a Suprema Corte.
Alguns detalhes foram dados poucas horas antes da entrada dessa norma em vigor, prevista acontecer às 20h locais de hoje (21h, horário de Brasília), de acordo com o jornal "The New York Times".
Em mensagem dirigida a sua rede diplomática, o governo americano especificou sua concepção do que deve ser entendido como "família próxima".
Essa noção engloba "os pais (inclusive adotivos), os esposos, crianças, filhos ou filhas adultos, genros, noras, irmãs e irmãos e meio-irmãos ou meio-irmãs".
Ficam de fora avós, netos, tios e tias, sobrinhos, primos, noivos e noivas, cunhados e cunhadas.
A "relação de boa-fé" deve ser "formal, documentada e ter sido estabelecida em circunstâncias comuns, e não com o objetivo de burlar esse decreto", ressalta o texto.
Em meio a tantas dúvidas, os turistas originários desses seis países se perguntavam se uma simples reserva de hotel seria considerada suficiente para obter um visto. E a resposta das autoridades é que não, mesmo nos casos em que o visto já tenha sido concedido.
- Evitar o caosEmbora seja provável que essa polêmica se estenda aos tribunais, os especialistas preveem um impacto limitado nos aeroportos, diferentemente do caos deflagrado em 27 de janeiro passado com a implementação da primeira versão desse decreto.
Advogados pro bono e várias associações ofereceram ajuda gratuita, na época, para atender aos viajantes detidos nos aeroportos e ameaçados de expulsão. Algumas dessas organizações garantiram que voltarão a ocupar terminais aéreos no país, mais uma vez, a partir desta quinta.
Em 3 de fevereiro, um juiz federal suspendeu a primeira versão do decreto de Trump, o mesmo acontecendo em março com sua segunda edição. Os magistrados justificaram sua decisão, alegando que o texto era discriminatório em relação ao Islã.
Na última segunda-feira (26), a Suprema Corte anunciou que examinará essa segunda versão em outubro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.