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ONU pede que homem com transtornos psiquiátricos não seja executado

29.mar.2017 - William Morva em audiência no tribunal em Christiansburg, Virgínia - Matt Gentry/The Roanoke Times via AP
29.mar.2017 - William Morva em audiência no tribunal em Christiansburg, Virgínia Imagem: Matt Gentry/The Roanoke Times via AP

Em Washington

05/07/2017 15h32

Dois especialistas da ONU e outras vozes pediram nesta quarta-feira (5) ao governador da Virgínia que perdoe um condenado à morte, que sofre de doenças psiquiátricas, de acordo com seus defensores.

Está previsto que William Morva, um assassino com dupla nacionalidade - húngara e americana -, receba uma injeção letal na quinta-feira, mas o caso deste homem de 35 anos relançou um debate nos Estados Unidos sobre as execuções de presos que têm doenças neurológicas.

"Estamos profundamente preocupados com informações que sugerem que o primeiro julgamento de Morva não respeitou as regras de equidade", assinalaram em um comunicado Agnès Callamard e Dainius Puras, especialistas da ONU sobre execuções arbitrárias e o direito à saúde física, respectivamente.

"Estamos inquietos pela piora de sua condição psicossocial", acrescentaram estes especialistas, denunciando como "forma de discriminação" a não entrada do paciente em um centro de assistência psiquiátrica.

Morva foi preso em 2000 por tentativa de assalto à mão armada e, em agosto de 2006, enquanto estava no hospital para tratar de feridas leves, bateu em um policial que o vigiava, pegou a sua arma e atirou em um guarda da segurança, Derrick McFarland, matando-o.

No dia seguinte, em uma perseguição no campus universitário de Virginia Tech, matou outro policial, Eric Sutphin.

Morva foi condenado à morte em 2008 apesar de ter sido diagnosticado com uma doença do tipo esquizofrênico.

Além dos responsáveis da ONU, legisladores e a ACLU, a maior organização americana de defesa dos direitos civis, pedem que Morva seja perdoado.

A questão está nas mãos do governador democrata da Virgínia, Terry McAuliffe, que embora se declare contra a pena de morte, permitiu execuções em seu estado.