Os deputados do partido AfD alemão são anti-imigrantes e revisionistas
Berlim, 24 Out 2017 (AFP) - São juízes, professores universitários ou banqueiros, mas por trás desses eminentes perfis, muitos dos 92 deputados do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) que assumiram nesta terça-feira no Parlamento alemão defendem uma ideologia que mistura xenofobia e revisionismo.
O movimento abriga distintas correntes políticas, dos mais moderados, que se opõem principalmente ao euro, até os mais radicais.
Além dos magistrados e dos economistas, a AfD abre as portas do Bundestag a ex-policiais e militares, um ex-jornalista de rádio, um piloto e, inclusive, um antigo informante da Stasi, a polícia secreta da RDA comunista.
Apesar desta diversidade, uma tendência se desenha: o grupo parlamentar AfD é o mais masculino, com apenas 10% de mulheres em suas fileiras; um grande número de seus deputados procedem da ex-RDA, onde o partido goza de sua maior popularidade; e uma importante parte de seus membros saíram do CDU, o partido democrata-cristão de Angela Merkel, a quem acusam de realizar uma política muito centrista.
O partido gosta de exibir alguns de seus membros, como Beatrix von Storch, uma aristocrata instalada no bairro moderno de Berlim, vinculada às correntes religiosas integristas e opositora ferrenha do multiculturalismo.
Alice Weidel, uma das dirigentes do grupo parlamentar, ex-banqueira no Goldman Sachs, de 38 anos, que não teme as contradições de sua formação: lésbica que vive com uma mulher originária do Sri Lanka, encarna um partido que milita pelos valores tradicionais e denuncia a imigração.
- AH1818 -Outro nome do grupo parlamentar, Alexander Gauland, é mais controvertido ainda. Em seus 76 anos, 40 deles passados nas fileiras da CDU, endureceu a postura da AfD ao fazer declarações revisionistas sobre o nazismo. A seus olhos, os alemães podem ficar orgulhosos do comportamento de seus soldados durante a Segunda Guerra Mundial.
O fim do arrependimento alemão também é um dos temas favoritos de Wilhelm von Gottberg, de 77 anos.
Esse membro do partido, originário dos territórios do Reich perdidos na Prússia Oriental, e representante durante anos dos alemães expulsos da Europa do Leste em 1945, classificou o extermínio dos judeus de "mito utilizado para criminalizar os alemães".
Siegbert Droese também se destaca entre os representantes da facção nacionalista e radical da AfD. Em 2016, causou muita polêmica depois que foi revelado que um de seus carros tinha a seguinte placa de matrícula: "AH 1818", AH por Adolf Hitler, as cifras 1 e 8 pela localização das duas letras no alfabeto, um símbolo muito apreciado pelos nazistas.
Seu colega Jens Maier, juiz de Dresde (leste), expressou, por sua parte, sua simpatia por Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas em 2011 na Noruega. Para ele, o neonazismo atua movido por seu desespero ante o multiculturalismo.
O movimento abriga distintas correntes políticas, dos mais moderados, que se opõem principalmente ao euro, até os mais radicais.
Além dos magistrados e dos economistas, a AfD abre as portas do Bundestag a ex-policiais e militares, um ex-jornalista de rádio, um piloto e, inclusive, um antigo informante da Stasi, a polícia secreta da RDA comunista.
Apesar desta diversidade, uma tendência se desenha: o grupo parlamentar AfD é o mais masculino, com apenas 10% de mulheres em suas fileiras; um grande número de seus deputados procedem da ex-RDA, onde o partido goza de sua maior popularidade; e uma importante parte de seus membros saíram do CDU, o partido democrata-cristão de Angela Merkel, a quem acusam de realizar uma política muito centrista.
O partido gosta de exibir alguns de seus membros, como Beatrix von Storch, uma aristocrata instalada no bairro moderno de Berlim, vinculada às correntes religiosas integristas e opositora ferrenha do multiculturalismo.
Alice Weidel, uma das dirigentes do grupo parlamentar, ex-banqueira no Goldman Sachs, de 38 anos, que não teme as contradições de sua formação: lésbica que vive com uma mulher originária do Sri Lanka, encarna um partido que milita pelos valores tradicionais e denuncia a imigração.
- AH1818 -Outro nome do grupo parlamentar, Alexander Gauland, é mais controvertido ainda. Em seus 76 anos, 40 deles passados nas fileiras da CDU, endureceu a postura da AfD ao fazer declarações revisionistas sobre o nazismo. A seus olhos, os alemães podem ficar orgulhosos do comportamento de seus soldados durante a Segunda Guerra Mundial.
O fim do arrependimento alemão também é um dos temas favoritos de Wilhelm von Gottberg, de 77 anos.
Esse membro do partido, originário dos territórios do Reich perdidos na Prússia Oriental, e representante durante anos dos alemães expulsos da Europa do Leste em 1945, classificou o extermínio dos judeus de "mito utilizado para criminalizar os alemães".
Siegbert Droese também se destaca entre os representantes da facção nacionalista e radical da AfD. Em 2016, causou muita polêmica depois que foi revelado que um de seus carros tinha a seguinte placa de matrícula: "AH 1818", AH por Adolf Hitler, as cifras 1 e 8 pela localização das duas letras no alfabeto, um símbolo muito apreciado pelos nazistas.
Seu colega Jens Maier, juiz de Dresde (leste), expressou, por sua parte, sua simpatia por Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas em 2011 na Noruega. Para ele, o neonazismo atua movido por seu desespero ante o multiculturalismo.
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