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Corpo do rei italiano que colaborou com fascistas e nazistas é alvo de disputa

Benito Mussolini, Adolf Hitler e o rei Vitor Emanuel III acompanham marcha das tropas fascistas no centro de Roma, em 1941 - Reuters
Benito Mussolini, Adolf Hitler e o rei Vitor Emanuel III acompanham marcha das tropas fascistas no centro de Roma, em 1941 Imagem: Reuters

Em Roma

17/12/2017 13h52

Os restos mortais de Vítor Emanuel III, rei da Itália deposto em 1946 por colaboração com o regime fascista, foram repatriados neste domingo (17), e surgiu uma disputa pelo lugar onde deve ser enterrado.

Vítor Emanuel, que reinou de 1900 até abdicar, em 9 de maio de 1946, morreu no exílio no Egito em 28 de dezembro de 1947.

O presidente italiano concedeu à casa de Saboya a autorização para repatriar seus restos, que foram transportados do Cairo à Itália neste domingo, disse o historiador Aldo Mola.

O rei será enterrado no mausoléu da família Saboya em Vicoforte, noroeste da Itália, segundo Mola, que ajudou a organizar o retorno.

Mas o bisneto do monarca, em disputa com sua família para determinar quem é herdeiro legítimo de uma das dinastias reais mais antigas do mundo, considera que seu bisavô deveria descansar no Panteão de Roma, junto aos reis que lhe procederam.

"Tínhamos sonhado que esse dia acontecesse de outra forma. A justiça terá sido feita quando todos os nossos soberanos exilados descansarem no Panteão", declarou o autoproclamado "príncipe de Nápoles" ao jornal Il Corriere della Sera.

Vítor Emanuel III colaborou com o regime fascista de Benito Mussolini, e assinou e promulgou as leis raciais que provocaram a deportação de quase 8 mil judeus italianos a partir de 1943.

Abdicou em maio de 1946 para ceder o trono a seu filho, Humberto II, que precisou abandoná-lo um mês mais tarde e ir para a Suíça quando os italianos votaram um referendo a favor da República, punindo a família por sua colaboração com Mussolini.