Unicef denuncia riscos 'alarmantes' para bebês nascidos em países pobres
Washington, 20 Fev 2018 (AFP) - Os bebês nascidos nos países pobres, sobretudo da África, continuam enfrentando riscos "alarmantes" de morte prematura em comparação com os nascidos nos países ricos, denunciou a Unicef em um informe que será difundido nesta terça-feira (20).
Enquanto a saúde das crianças maiores vem apresentando melhoras nos últimos 25 anos, "não vimos progressos similares nos menores de um mês", dos quais 2,5 milhões morrem por ano, afirmou a diretora-geral do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Henrietta Fore.
"Embora saibamos que a maioria destas mortes poderia ter sido evitada, claramente abandonamos os bebês mais pobres do mundo", acrescentou.
Segundo dados citados no informe, enquanto no Japão um bebê em cada mil morre em seus primeiros 28 dias de vida, no Paquistão o número chega a um em cada 22.
Oito dos 10 países com maior risco de vida para os bebês pertencem à África subsaariana: República Centro-Africana, um em cada 24; Somália, Lesoto, Guiné-Bissau e Sudão do Sul, um em cada 26; Costa do Marfim, um em cada 27; Mali e Chade, um em cada 28.
Nesses países, "as mulheres grávidas recebem menos ajuda" como consequência dos níveis de pobreza dominantes, os conflitos reinantes e a debilidade das instituições locais, destaca o documento.
Os países com menores riscos são os mais avançados em termos de saúde e educação: Japão, Islândia (um em cada 1.000), Cingapura (1 em cada 909), Finlândia (1 em cada 833), Estônia e Eslovênia (1 em cada 769), Chipre (1 em cada 714), Bielorrússia, Luxemburgo, Noruega e Coreia do Sul (1 em cada 667).
O nível de renda de um país é apenas um indicador entre outros destas disparidades, ressalta o informe.
No Kuwait e nos Estados Unidos, dois países de rendas altas, a taxa de mortalidade neonatal é de quatro por mil, um número pouco superior ao de vários países da faixa inferior de rendimentos intermediários, como Sri Lanka e Ucrânia, cuja taxa de mortalidade neonatal é de cinco por mil.
Há também fortes diferenças no interior de um mesmo país. Os bebês nascidos em famílias pobres apresentam em média 40% mais riscos de morrer antes do primeiro mês de vida do que os bebês nascidos em famílias ricas.
- O modelo de Ruanda -O informe acompanha o lançamento de uma vasta campanha, batizada "Para cada criança, uma oportunidade", que busca garantir "o acesso a cuidados de saúde abordáveis e de qualidade" para as mães e seus bebês.
Mais de 80% das mortes podem ser evitadas graças a "parteiras formadas, acesso à água potável, produtos desinfetantes e uma boa alimentação, assim como à lactância materna desde as primeiras horas de vida e um contato táctil entre mãe e filho".
A carência de pessoal de saúde competente é o principal problema dos países pobres. Segundo dados deste ano, enquanto a Noruega conta com 18 médicos, enfermeiras ou parteiras para cada 10.000 crianças, na Somália esse número é de apenas um.
Como as melhoras em termos de saúde podem resultar caras, "é crucial que o dinheiro seja investido" de forma adequada, disse à AFP Willibald Zeck, responsável em nível mundial do programa maternal e neonatal da Unicef.
A agência da ONU elogiou particularmente a Ruanda, onde a taxa de mortalidade neonatal caiu de 41 para 17 por mil entre 1990 e 2016.
O governo desse país desempenhou "um papel ativo na implementação de um regime nacional de seguros que beneficiou as mães mais pobres e mais vulneráveis", explicou.
"Estes dados dão conta da importância da vontade política de investir na criação de sistemas de saúde sólidos", inclusive em países onde "os meios são limitados", destaca o informe.
Enquanto a saúde das crianças maiores vem apresentando melhoras nos últimos 25 anos, "não vimos progressos similares nos menores de um mês", dos quais 2,5 milhões morrem por ano, afirmou a diretora-geral do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Henrietta Fore.
"Embora saibamos que a maioria destas mortes poderia ter sido evitada, claramente abandonamos os bebês mais pobres do mundo", acrescentou.
Segundo dados citados no informe, enquanto no Japão um bebê em cada mil morre em seus primeiros 28 dias de vida, no Paquistão o número chega a um em cada 22.
Oito dos 10 países com maior risco de vida para os bebês pertencem à África subsaariana: República Centro-Africana, um em cada 24; Somália, Lesoto, Guiné-Bissau e Sudão do Sul, um em cada 26; Costa do Marfim, um em cada 27; Mali e Chade, um em cada 28.
Nesses países, "as mulheres grávidas recebem menos ajuda" como consequência dos níveis de pobreza dominantes, os conflitos reinantes e a debilidade das instituições locais, destaca o documento.
Os países com menores riscos são os mais avançados em termos de saúde e educação: Japão, Islândia (um em cada 1.000), Cingapura (1 em cada 909), Finlândia (1 em cada 833), Estônia e Eslovênia (1 em cada 769), Chipre (1 em cada 714), Bielorrússia, Luxemburgo, Noruega e Coreia do Sul (1 em cada 667).
O nível de renda de um país é apenas um indicador entre outros destas disparidades, ressalta o informe.
No Kuwait e nos Estados Unidos, dois países de rendas altas, a taxa de mortalidade neonatal é de quatro por mil, um número pouco superior ao de vários países da faixa inferior de rendimentos intermediários, como Sri Lanka e Ucrânia, cuja taxa de mortalidade neonatal é de cinco por mil.
Há também fortes diferenças no interior de um mesmo país. Os bebês nascidos em famílias pobres apresentam em média 40% mais riscos de morrer antes do primeiro mês de vida do que os bebês nascidos em famílias ricas.
- O modelo de Ruanda -O informe acompanha o lançamento de uma vasta campanha, batizada "Para cada criança, uma oportunidade", que busca garantir "o acesso a cuidados de saúde abordáveis e de qualidade" para as mães e seus bebês.
Mais de 80% das mortes podem ser evitadas graças a "parteiras formadas, acesso à água potável, produtos desinfetantes e uma boa alimentação, assim como à lactância materna desde as primeiras horas de vida e um contato táctil entre mãe e filho".
A carência de pessoal de saúde competente é o principal problema dos países pobres. Segundo dados deste ano, enquanto a Noruega conta com 18 médicos, enfermeiras ou parteiras para cada 10.000 crianças, na Somália esse número é de apenas um.
Como as melhoras em termos de saúde podem resultar caras, "é crucial que o dinheiro seja investido" de forma adequada, disse à AFP Willibald Zeck, responsável em nível mundial do programa maternal e neonatal da Unicef.
A agência da ONU elogiou particularmente a Ruanda, onde a taxa de mortalidade neonatal caiu de 41 para 17 por mil entre 1990 e 2016.
O governo desse país desempenhou "um papel ativo na implementação de um regime nacional de seguros que beneficiou as mães mais pobres e mais vulneráveis", explicou.
"Estes dados dão conta da importância da vontade política de investir na criação de sistemas de saúde sólidos", inclusive em países onde "os meios são limitados", destaca o informe.
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