Crise da Nicarágua se aprofunda, e Ortega não dá o braço a torcer
Manágua, 26 Mai 2018 (AFP) - Bloqueios de vias, protestos, violência, ameaças: a crise que abala a Nicarágua desde meados de abril se aprofundou após a suspensão de um diálogo e à decisão do governo de Daniel Ortega de não dar o braço a torcer.
Centenas de pessoas mantinham neste sábado bloqueios de estradas em pontos do norte, centro e sul do país como pressão para que Ortega e sua mulher e vice-presidente, Rosario Murillo, renunciem ao governo.
Os protestos, que afetam a economia e o abastecimento do país, deixam mais de 83 mortos e 860 feridos, segundo contagens de organismos humanitários e da polícia.
Atos violentos nesta sexta-feira deixaram pelo menos quatro mortos e cinco feridos. A polícia confirmou neste sábado a morte de três pessoas, e a de uma quarta pessoa foi denunciada por sua família - que afirma que o homem foi perseguido por grupos favoráveis ao governo.
O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) tinha relatos de sete mortos entre quarta e sexta-feira em León, Chinandega e Manágua.
A presidente executiva da ONG Marling Sierra afirmou que quem ataca a população "já não são as tropas de choque, mas para-policiais, porque portam armas estão sendo protegidos pela polícia e por agentes anti-distúrbios".
Esses grupos estão "sem controle algum" e buscam criar o terror na população, acrescentou. "A segurança cidadã está vulnerável".
Os Estados Unidos atribuíram a violência na Nicarágua a "bandidos controlados pelo governo, resultando em mais mortes de manifestantes", em um comentário do Departamento de Estado sobre a situação no país centro-americano.
A violência se agravou após a suspensão, pela Conferência Episcopal, do diálogo entre o governo e a oposição por falta de consenso na agenda de democratização do país e avanço das eleições, algo que o governo descreveu como "golpe de Estado".
Ortega, um ex-guerrilheiro sandinista que governou pela primeira vez entre 1979 e 1990, antes de retornar ao poder há 11 anos, foi reeleito junto com Murillo em novembro de 2016 para um mandato de cinco anos, que termina em janeiro de 2022.
Segundo a polícia, duas pessoas morreram nas últimas horas durante tumultos entre pessoas que pretendiam invadir terrenos privados nos arredores da Ciudad Belén, mas familiares e vizinhos contaram outra versão dos fatos.
Sandra Hernández, irmã de Alejandro Hernández, de 17 anos, um desses mortos, contou ao jornal La Prensa que o jovem morreu quando homens armados e de rosto coberto passaram disparando a bordo de uma caminhonete.
de rosto coberto passaram disparando a bordo de uma caminhonete.
Os vizinhos, armados com facões, e os agentes da delegacia de polícia local reagiram ao ataque, e um dos intrusos morreu com os disparos, segundo a família e moradores da região.
Já José Oviedo, identificado pela polícia como guarda de segurança, morreu na noite de sexta-feira nos arredores da Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (UNAN), em Manágua, e segundo as autoridades, os responsáveis são os estudantes que ocupam o local.
Familiares de Marlon Orozco, de 48 anos, denunciaram ao jornal La Prensa, que veículos ligados ao governo perseguiram o veículo conduzido por seu parente por portar uma bandeira da Nicarágua, símbolo usado pelos manifestantes nos protestos contra o governo.
Na fuga, Orozco perdeu o controle do carro e bateu contra uma oficina de carpintaria, onde foi alcançado por seus perseguidores e alvejado.
Centenas de pessoas mantinham neste sábado bloqueios de estradas em pontos do norte, centro e sul do país como pressão para que Ortega e sua mulher e vice-presidente, Rosario Murillo, renunciem ao governo.
Os protestos, que afetam a economia e o abastecimento do país, deixam mais de 83 mortos e 860 feridos, segundo contagens de organismos humanitários e da polícia.
Atos violentos nesta sexta-feira deixaram pelo menos quatro mortos e cinco feridos. A polícia confirmou neste sábado a morte de três pessoas, e a de uma quarta pessoa foi denunciada por sua família - que afirma que o homem foi perseguido por grupos favoráveis ao governo.
O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) tinha relatos de sete mortos entre quarta e sexta-feira em León, Chinandega e Manágua.
A presidente executiva da ONG Marling Sierra afirmou que quem ataca a população "já não são as tropas de choque, mas para-policiais, porque portam armas estão sendo protegidos pela polícia e por agentes anti-distúrbios".
Esses grupos estão "sem controle algum" e buscam criar o terror na população, acrescentou. "A segurança cidadã está vulnerável".
Os Estados Unidos atribuíram a violência na Nicarágua a "bandidos controlados pelo governo, resultando em mais mortes de manifestantes", em um comentário do Departamento de Estado sobre a situação no país centro-americano.
A violência se agravou após a suspensão, pela Conferência Episcopal, do diálogo entre o governo e a oposição por falta de consenso na agenda de democratização do país e avanço das eleições, algo que o governo descreveu como "golpe de Estado".
Ortega, um ex-guerrilheiro sandinista que governou pela primeira vez entre 1979 e 1990, antes de retornar ao poder há 11 anos, foi reeleito junto com Murillo em novembro de 2016 para um mandato de cinco anos, que termina em janeiro de 2022.
Segundo a polícia, duas pessoas morreram nas últimas horas durante tumultos entre pessoas que pretendiam invadir terrenos privados nos arredores da Ciudad Belén, mas familiares e vizinhos contaram outra versão dos fatos.
Sandra Hernández, irmã de Alejandro Hernández, de 17 anos, um desses mortos, contou ao jornal La Prensa que o jovem morreu quando homens armados e de rosto coberto passaram disparando a bordo de uma caminhonete.
de rosto coberto passaram disparando a bordo de uma caminhonete.
Os vizinhos, armados com facões, e os agentes da delegacia de polícia local reagiram ao ataque, e um dos intrusos morreu com os disparos, segundo a família e moradores da região.
Já José Oviedo, identificado pela polícia como guarda de segurança, morreu na noite de sexta-feira nos arredores da Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (UNAN), em Manágua, e segundo as autoridades, os responsáveis são os estudantes que ocupam o local.
Familiares de Marlon Orozco, de 48 anos, denunciaram ao jornal La Prensa, que veículos ligados ao governo perseguiram o veículo conduzido por seu parente por portar uma bandeira da Nicarágua, símbolo usado pelos manifestantes nos protestos contra o governo.
Na fuga, Orozco perdeu o controle do carro e bateu contra uma oficina de carpintaria, onde foi alcançado por seus perseguidores e alvejado.
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