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Michael é rebaixado para tempestade tropical depois de espalhar devastação na Flórida

Da AFP, em Panama City (EUA)

11/10/2018 05h58

Michael foi rebaixado para tempestade tropical nesta quinta-feira (11) depois de matar pelo menos duas pessoas e destruir casas na região noroeste do estado da Flórida, onde tocou a terra como um furacão de categoria 4.

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As autoridades afirmaram que esta foi a tempestade mais violenta a atingir o estado em muitos anos.

O olho de Michael entrou em terra firme perto de Mexico Beach, um povoado a cerca de 30 km ao sudeste de Panama City, por volta das 14h30 (horário de Brasília) como um furacão de categoria 4 na escala de Saffir-Simpson (que vai de 1 a 5), informou o Centro Nacional de Furacões.

Por volta da 1h (horário de Brasília) desta quinta, o fenômeno foi rebaixado para tempestade tropical, quando atravessava a Geórgia, mas ainda provocava fortes chuvas e ventos de 70 km/h.

Fotos e vídeos de Mexico Beach, uma comunidade de cerca de 1.000 habitantes, mostravam cenas de devastação absoluta. As casas pareciam flutuar no meio de ruas inundadas, algumas totalmente destruídas após terem perdido o teto.

"Minha casa em Mexico Beach está debaixo d'água", disse Loren Beltrán, uma contadora de 38 anos, depois de ver imagens de seu bairro. "Perdi tudo de material, mas graças a Deus estamos bem".

Ela e seu filho de três anos se refugiaram em outra casa em Panama City, onde o panorama não era, no entanto, muito mais animador.

Panama City parecia uma área de guerra depois de ter sido atingida por mais de três horas por fortes ventos e uma chuva intensa que caía horizontalmente. As ruas eram intransitáveis e havia antenas, tetos, árvores e semáforos espalhados por todos os lados.

O governador da Flórida, Rick Scott, havia anunciado que o furacão seria a tempestade mais destrutiva a atingir o 'Panhandle' da Flórida em um século". O "Panhandle" é como se conhece, em inglês, a região atingida pelo furacão na costa do Golfo do México.

Ao informar o presidente Donald Trump na Casa Branca, o diretor da Agência Federal de Emergências (FEMA), Brock Long, disse que Michael foi o furacão mais intenso a afetar a região desde 1851.

Em um comício na Pensilvânia na quarta-feira, Trump disse que seus "pensamentos e orações" estavam com os afetados pela tragédia e prometeu viajar à Flórida "em breve".

Ao menos 380 mil pessoas estavam sem eletricidade na região noroeste, de acordo com um boletim da agência de emergências da Flórida, SERT, no início da noite dessa quarta.

Furacão histórico

"Infelizmente, esta é uma situação histórica, incrivelmente perigosa e de risco de vida", disse Ken Graham, diretor do NHC.

O general Terrence O'Shaughnessy, comandante do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, disse que a rapidez com que a tempestade se formou e cresceu pegou os moradores desprevenidos.

"Começou como tempestade tropical, depois aumentou para categoria 1, depois 2 e quando menos esperávamos, era um furacão de categoria 4", disse O'Shaughnessy.

"Isto se torna um fator na evacuação das populações locais", acrescentou. "Não vimos a resposta robusta de parte da população civil que normalmente vemos em outras tempestades".

Estima-se que 375 mil pessoas de mais de 20 condados receberam ordens de evacuação de suas casas, obrigatória ou voluntária.

A FEMA tem mais de 3 mil pessoas no terreno, enquanto o governador Scott disse que tinha ativado 3.500 guardas nacionais.

Nos estados da Geórgia e do Alabama foram emitidas declarações de emergência.

Michael deve atingir zonas da Carolina do Norte e da Carolina do Sul, já afetadas pelo furacão Florence há um mês.

No ano passado, uma série de furacões catastróficos atingiu o Atlântico ocidental. Os mais violentos foram o Harvey no Texas, Irma no Caribe e Flórida, e Maria, que devastou o Caribe e deixou quase 3 mil mortos no território americano de Porto Rico.

A temporada de furacões do Atlântico termina em 30 de novembro.