Rússia responderá às manobras da Otan com testes de mísseis
Byneset, Noruega, 30 Out 2018 (AFP) - A Rússia declarou que deseja testar, esta semana, mísseis em frente à Noruega, numa área onde a Otan está conduzindo manobras militares, um projeto que reflete a escalada de tensões, segundo especialistas.
"Na semana passada, recebemos a notificação de projetos russos de testes de mísseis ao largo da costa", afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em uma visita ao oeste da Noruega, onde acontecem as manobras Trident Juncture 18.
Este exercício, o maior já organizado pela Aliança Atlântica desde a Guerra Fria, busca testar a capacidade de para socorrer um de seus membros no caso de ataque por outro Estado.
Com 50 mil soldados mobilizados, 65 navios e 250 aviões de 31 países, a centenas de quilômetros da fronteira entre a Rússia e a Noruega no Ártico, essas manobras indignaram Moscou, que já prometeu replicar.
"Apesar das tentativas um tanto desajeitadas dos representantes da Aliança e dos Estados-membros de apresentar essa atividade militar como defensiva, está claro que essa demonstração de força é de natureza antirrussa", criticou a diplomacia russa.
As Forças Armadas russas anunciaram na semana passada a mobilização de quatro navios no Atlântico Norte para realizar manobras.
"A Rússia tem forças navais significativas nesta área", apontou Stoltenberg nesta terça-feira. "Espero que a Rússia se comporte profissionalmente".
- Sem importância, segundo a Otan -Mas o secretário-geral da Otan tentou amenizar a situação. "É claro que vamos observar de perto o que a Rússia está fazendo, mas eles estão operando em águas internacionais e nos notificaram de uma maneira normal", declarou.
De acordo com Avinor, o órgão público que gere os aeroportos da Noruega, a Rússia enviou informações aos aviadores (NOTAM) para notificar os disparos previstos para de 1 a 3 de novembro, no Mar da Noruega.
A área em questão e as datas coincidem com as do exercício Trident Juncture, que acontece de 25 de outubro a 7 de novembro.
Um porta-voz do Avinor, Erik Lodding, afirmou que tais notificações em plena zona de manobras não eram "muito comuns", mas "não há nada dramático".
"Isso não vai mudar nossos planos", garantiu Stoltenberg.
"Enquanto os russos agirem com segurança e notificarem como devem, é algo que pode acontecer sem causar problemas", disse ele à AFPTV.
Mas para os especialistas em relações internacionais, a situação é diferente.
"Está absolutamente claro que o que alguns chamam de 'a nova Guerra Fria' se moveu para o norte de uma forma que poucos antecipavam após a crise na Ucrânia em 2014", afirmou à AFP Julie Wilhelmsen, especialista em Rússia do Instituto Norueguês de Relações Internacionais (NUPI).
"Quatro anos depois, observamos que as interações entre os Estados nessa área são prisioneiras de uma escalada de tensões entre a Otan e a Rússia", apontou.
"Hoje em dia, e especialmente desde 2014, o Kremlin está envolto pelo que ele chama de 'cerco' à Rússia, ou seja, que a Otan está cada vez mais perto de sua fronteira", explica a especialista.
"Na semana passada, recebemos a notificação de projetos russos de testes de mísseis ao largo da costa", afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em uma visita ao oeste da Noruega, onde acontecem as manobras Trident Juncture 18.
Este exercício, o maior já organizado pela Aliança Atlântica desde a Guerra Fria, busca testar a capacidade de para socorrer um de seus membros no caso de ataque por outro Estado.
Com 50 mil soldados mobilizados, 65 navios e 250 aviões de 31 países, a centenas de quilômetros da fronteira entre a Rússia e a Noruega no Ártico, essas manobras indignaram Moscou, que já prometeu replicar.
"Apesar das tentativas um tanto desajeitadas dos representantes da Aliança e dos Estados-membros de apresentar essa atividade militar como defensiva, está claro que essa demonstração de força é de natureza antirrussa", criticou a diplomacia russa.
As Forças Armadas russas anunciaram na semana passada a mobilização de quatro navios no Atlântico Norte para realizar manobras.
"A Rússia tem forças navais significativas nesta área", apontou Stoltenberg nesta terça-feira. "Espero que a Rússia se comporte profissionalmente".
- Sem importância, segundo a Otan -Mas o secretário-geral da Otan tentou amenizar a situação. "É claro que vamos observar de perto o que a Rússia está fazendo, mas eles estão operando em águas internacionais e nos notificaram de uma maneira normal", declarou.
De acordo com Avinor, o órgão público que gere os aeroportos da Noruega, a Rússia enviou informações aos aviadores (NOTAM) para notificar os disparos previstos para de 1 a 3 de novembro, no Mar da Noruega.
A área em questão e as datas coincidem com as do exercício Trident Juncture, que acontece de 25 de outubro a 7 de novembro.
Um porta-voz do Avinor, Erik Lodding, afirmou que tais notificações em plena zona de manobras não eram "muito comuns", mas "não há nada dramático".
"Isso não vai mudar nossos planos", garantiu Stoltenberg.
"Enquanto os russos agirem com segurança e notificarem como devem, é algo que pode acontecer sem causar problemas", disse ele à AFPTV.
Mas para os especialistas em relações internacionais, a situação é diferente.
"Está absolutamente claro que o que alguns chamam de 'a nova Guerra Fria' se moveu para o norte de uma forma que poucos antecipavam após a crise na Ucrânia em 2014", afirmou à AFP Julie Wilhelmsen, especialista em Rússia do Instituto Norueguês de Relações Internacionais (NUPI).
"Quatro anos depois, observamos que as interações entre os Estados nessa área são prisioneiras de uma escalada de tensões entre a Otan e a Rússia", apontou.
"Hoje em dia, e especialmente desde 2014, o Kremlin está envolto pelo que ele chama de 'cerco' à Rússia, ou seja, que a Otan está cada vez mais perto de sua fronteira", explica a especialista.
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