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Extremistas matam 22 combatentes do regime sírio perto de Idlib

16/11/2018 19h36

Beirute, 16 Nov 2018 (AFP) - Vários grupos extremistas mataram ao menos 22 combatentes do regime de Damasco em um ataque contra suas posições perto da província de Idlib, no noroeste da Síria, onde está prevista uma "zona desmilitarizada", informou uma ONG nesta sexta-feira (16).

Esta área de 15 a 20 quilômetros de distância foi decidida em um acordo em 17 de setembro entre a Rússia, aliado do regime, e a Turquia, que apoia os rebeldes, para separar os territórios rebeldes de Idlib das regiões do governo ao redor.

O acordo entraria em vigor em meados de outubro, mas algumas cláusulas não foram respeitadas. Enquanto isso, são travados combates habituais entre as forças de Bashar al-Assad e os rebeldes e extremistas.

O ataque desta sexta-feira aconteceu às margens de um setor delimitado no acordo, no noroeste da província central de Hama, vizinha de Idlib, revelou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

No total, 22 combatentes pró-regime morreram, disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que anteriormente deu um boletim de nove mortos.

Segundo ele, o número inicial aumentou após a descoberta de corpos sem vida de combatentes dados como desaparecidos.

O ataque foi executado por várias facções extremistas, especialmente o grupo Huras al-Din, ligado a Al-Qaeda, que rejeitou a iniciativa russo-turca, detalhou Abdel Rahman, acrescentando que, como represália, o poder sírio bombardeou posições extremistas.

A agência oficial Sana indicou, por sua vez, citando uma fonte militar, que "um grupo terrorista armado tentou se infiltrar em uma das nossas posições ao redor da cidade de Sarmaniye", e que houve mortos e feridos entre os combatentes pró-regime, mas sem dar números.

Os extremistas controlam 70% dos territórios que devem compor a "zona desmilitarizada", de acordo com o OSDH.

A província de Idlib, último reduto rebelde e extremista na Síria, é controlada pela Hayat Tahrir al-Sham (HTS), organização formada pelo ex-braço sírio da Al-Qaeda.

Em virtude do acordo russo-turco, que evitou uma ofensiva do regime sírio e de seu aliado russo sobre Idlib, os grupos rebeldes retiraram seu armamento pesado do setor, mas os extremistas não deixam a área.

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