Templo é transformado em fortaleza para permitir acesso às mulheres na Índia
Pambadi, Índia, 16 Nov 2018 (AFP) - A Polícia indiana adotou importantes medidas de segurança, nesta sexta-feira (16), para permitir o acesso às mulheres em um grande templo hindu no sul da Índia, diante da hostilidade dos tradicionalistas, um mês depois dos primeiros confrontos.
Em setembro, o Tribunal Supremo da Índia revogou a proibição de longa data imposta às mulheres em idade fértil (entre 10 e 50 anos) de entrarem no templo hindu de Sabarimala. Desde então, o templo foi alvo de um enfrentamento entre os defensores dos direitos das mulheres e os extremistas hindus.
Os defensores das mulheres consideram que a proibição de entrada é uma crença arcaica e patriarcal que estipula que as mulheres no período menstrual são impuras. Já os tradicionalistas argumentam que as mulheres podem entrar na maioria dos templos hindus e que a situação de Sabarimala é uma prática particular.
Segundo fontes oficiais, mais de 3.400 policiais, muitos deles equipados com material antidistúrbios, foram instalados nos caminhos de acesso ao templo, localizado no estado de Kerala. Na última vez que um grupo de mulheres tentou entrar após a sentença, houve confrontos.
Nesta sexta, cerca de 700 mulheres se inscreveram para visitar o local, que abre suas portas justo antes do início de um festival hindu que vai até a metade de janeiro. Nesse intervalo, centenas de milhares de fiéis devem viajar até o santuário.
- Ativista bloqueada -Centenas de manifestantes hindus se reuniram no aeroporto de Kochi, a cerca de 150 quilômetros do santuário, para tentar impedir que a ativista pelos direitos das mulheres Trupti Desai saísse do local para chegar ao templo.
"Tentamos várias vezes pegar táxis, mas os manifestantes os proíbem de nos levar, ameaçam-nos", disse uma delas à televisão indiana.
"Até os policiais dizem que não podem nos ajudar a sair do aeroporto, porque o número de manifestantes aumenta, e eles ficam. Há pouco, tentaram nos tirar por uma porta lateral, mas nos viram e atacaram os carros".
"Vamos enviar 15.200 policiais para o entorno do templo durante toda temporada, até 15 de janeiro", declarou à AFP Pramod Kumar, porta-voz da Polícia do estado de Kerala.
Em meados de outubro, vários confrontos explodiram entre as forças de segurança e os extremistas, que haviam impedido as mulheres de terem acesso ao templo, jogando pedras nos policiais e nos jornalistas. Cerca de 2.000 pessoas foram detidas.
Na ocasião, o Partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, declarou que seus seguidores foram detidos injustamente.
"O BJP apoia os fiéis", declarou à AFP P.S Sreedharan Pillai, líder do partido em Kerala, o estado onde vigora um governo comunista.
"Os comunistas são ateus que querem a destruição da cultura do templo de Sabarimala", completou.
As autoridades estaduais dizem que estão decididas a que as mulheres consigam entrar no templo desta vez. Segundo a imprensa indiana, a Polícia está considerando inclusive a possibilidade de transportá-las de helicóptero para o local.
Em setembro, o Tribunal Supremo da Índia revogou a proibição de longa data imposta às mulheres em idade fértil (entre 10 e 50 anos) de entrarem no templo hindu de Sabarimala. Desde então, o templo foi alvo de um enfrentamento entre os defensores dos direitos das mulheres e os extremistas hindus.
Os defensores das mulheres consideram que a proibição de entrada é uma crença arcaica e patriarcal que estipula que as mulheres no período menstrual são impuras. Já os tradicionalistas argumentam que as mulheres podem entrar na maioria dos templos hindus e que a situação de Sabarimala é uma prática particular.
Segundo fontes oficiais, mais de 3.400 policiais, muitos deles equipados com material antidistúrbios, foram instalados nos caminhos de acesso ao templo, localizado no estado de Kerala. Na última vez que um grupo de mulheres tentou entrar após a sentença, houve confrontos.
Nesta sexta, cerca de 700 mulheres se inscreveram para visitar o local, que abre suas portas justo antes do início de um festival hindu que vai até a metade de janeiro. Nesse intervalo, centenas de milhares de fiéis devem viajar até o santuário.
- Ativista bloqueada -Centenas de manifestantes hindus se reuniram no aeroporto de Kochi, a cerca de 150 quilômetros do santuário, para tentar impedir que a ativista pelos direitos das mulheres Trupti Desai saísse do local para chegar ao templo.
"Tentamos várias vezes pegar táxis, mas os manifestantes os proíbem de nos levar, ameaçam-nos", disse uma delas à televisão indiana.
"Até os policiais dizem que não podem nos ajudar a sair do aeroporto, porque o número de manifestantes aumenta, e eles ficam. Há pouco, tentaram nos tirar por uma porta lateral, mas nos viram e atacaram os carros".
"Vamos enviar 15.200 policiais para o entorno do templo durante toda temporada, até 15 de janeiro", declarou à AFP Pramod Kumar, porta-voz da Polícia do estado de Kerala.
Em meados de outubro, vários confrontos explodiram entre as forças de segurança e os extremistas, que haviam impedido as mulheres de terem acesso ao templo, jogando pedras nos policiais e nos jornalistas. Cerca de 2.000 pessoas foram detidas.
Na ocasião, o Partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, declarou que seus seguidores foram detidos injustamente.
"O BJP apoia os fiéis", declarou à AFP P.S Sreedharan Pillai, líder do partido em Kerala, o estado onde vigora um governo comunista.
"Os comunistas são ateus que querem a destruição da cultura do templo de Sabarimala", completou.
As autoridades estaduais dizem que estão decididas a que as mulheres consigam entrar no templo desta vez. Segundo a imprensa indiana, a Polícia está considerando inclusive a possibilidade de transportá-las de helicóptero para o local.
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