Otan fala de falta de progressos em discussões com a Rússia
Bruxelas, 25 Jan 2019 (AFP) - O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta sexta-feira (25) que "não houve progresso" nas negociações com a Rússia sobre o tratado de mísseis nucleares de alcance intermediário (INF), a oito dias do ultimato dado por Washington a Moscou.
"Não houve verdadeiros progressos na reunião de hoje porque a Rússia não mostrou nenhuma disposição de mudar de posição", declarou Stoltenberg após uma reunião do Conselho Otan-Rússia na sede da Aliança, em Bruxelas.
Em dezembro, Washington, que acusa Moscou de violar este tratado de 1987 concluído entre os Estados Unidos e a então União Soviética nos anos finais da Guerra Fria, impôs um ultimato de 60 dias à Rússia para respeitá-lo. O prazo termina em 2 de fevereiro.
O chefe da Aliança Atlântica, à qual os Estados Unidos pertencem, assegurou que "ainda há tempo, ainda há uma oportunidade" para Moscou respeitá-lo. "A Rússia pode voltar a cumpri-lo antes de 2 de fevereiro", acrescentou.
O Tratado INF, de 1987, que aboliu o uso de mísseis com um alcance de entre 500 e 5.500 km, encerrou a crise desencadeada na década de 1980 pela implantação de ogivas nucleares SS-20 soviéticas dirigidas às capitais ocidentais.
Em outubro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sua intenção de se retirar do acordo, considerando que Moscou não o respeitava.
O motivo é o sistema 9M729, capaz de transportar uma arma nuclear e que, segundo os Estados Unidos e a Otan, tem um alcance de mais de 500 km.
A Rússia nega estas acusações "infundadas" e acusou Washington de violar o tratado. Em 23 de janeiro, altos funcionários do exército russo insistiram que seu sistema tem alcance máximo de "480 quilômetros".
O secretário-geral da Otan, assegurou, no entanto, que "o tratado está em perigo", chamando atenção para "as consequências de um mundo sem um tratado INF".
Perguntado sobre o que a Aliança pode fazer se a Rússia continuar a violar o tratado, Stoltenberg se recusou a especular. "Nós não queremos uma Guerra Fria, uma nova corrida armamentista", reiterou.
tjc/ra/mr
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