Barragem que rompeu em Brumadinho tinha sido inspecionada recentemente
Rio de Janeiro, 26 Jan 2019 (AFP) - A barragem da Vale que rompeu nesta sexta-feira (26) em Brumadinho, Minas Gerais, tinha 86 metros de altura, capacidade de contenção de 12 milhões de metros cúbicos e tinha sido considerado seguro em duas inspeções recentes, segundo dados da empresa proprietária.
A Barragem I da Mina Córrego do Feijão não recebia rejeitos há três anos e estava em processo de desativação. Ela foi construída em 1976 pela empresa Ferteco Minaraça, adquirida pela Vale em abril de 2001.
As causas do acidente ainda não foram confirmadas. Até agora, o balanço registra nove mortos e quase 300 desaparecidos, com possibilidades "mínimas" de serem encontrados com vida, segundo autoridades.
De acordo com o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, uma auditoria certificou a segurança da represa em 10 de janeiro deste ano. E uma empresa alemã, a TÜV SÜD, garantiu sua estabilidade em setembro de 2018.
Contatada em Berlim, a TÜV SÜD confirmou ter realizado essa inspeção e afirmou que "segundo os elementos em seu conhecimento até o momento, não foi constatada nenhuma falha".
A mina tinha três barragens de resíduos da produção de minério de ferro, principalmente sílica - a terra separada do mineral durante o processo de extração.
O volume de lama que varreu as imediações da mina é inferior aos cerca de 50 milhões de metros cúbicos liberados pela ruptura em novembro de 2015 do dique do Fundão, em Mariana, a cerca de 120 km de Brumadinho.
Este rompimento deixou 19 mortos, um balanço que tudo indica que será inferior ao desta vez. Seu impacto ambiental foi devastador, dado que a corrente de rejeitos chegou ao mar ao longo do Rio Doce.
A barragem do Fundão pertencia à Samarco, empresa controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton.
Tragédias na área da mineração com o alcance da desta sexta-feira e a de 2015 são raras no mundo. Em setembro de 2008, na China, um deslizamento de lama e pedras de uma mina de ferro ilegal cobriu a região de Taoshi na província de Shanxi, matando pelo menos 262 pessoas. Em fevereiro de 1994, na África do Sul, o rompimento de uma represa de uma mina de ouro causou 17 mortes.
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