Príncipe da minoria yazidi morre aos 85 anos
Erbil, Iraque, 28 Jan 2019 (AFP) - O príncipe Tahseen Said Ali, líder dos yazidis, uma minoria iraquiana perseguida pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), faleceu na Alemanha após uma longa doença, informaram fontes oficiais.
Ele morreu no hospital KRH Siloah em Hannover, aos 85 anos, informou o responsável de assuntos yazidis da região curda iraquiana, Khairi Buzani.
Seu filho declarou à imprensa local que ele será enterrado na região curda do norte do Iraque.
Tahseen Said Ali foi nomeado príncipe aos 11 anos, após a morte de seu pai, que já ocupava o cargo.
O primeiro-ministro da região curda, Nechirvan Barzani, expressou suas condolências à família nesta segunda-feira.
A fé yazidi apareceu no Irã há 4.000 anos, derivada do chamado zoroastrismo, e ao longo do tempo integrou elementos do islamismo e do cristianismo.
Dos 1,5 milhão de yazidis no mundo, cerca de 550.000 viviam antes de 2014 em locais remotos no norte do Iraque, onde o príncipe Tahseen nasceu.
Em 2014, o Estado Islâmico tomou o norte do Iraque e o reduto yazidi de Sinjar, perto da fronteira com a Síria.
O EI matou milhares de homens e meninos yazidis e sequestrou as mulheres e meninas para transformá-las em "escravas sexuais".
O ataque fez com que 360 mil yazidis fugissem para outras partes do Iraque, incluindo a região curda, e outros 100 mil deixaram o país. A Alemanha é o lar da maior comunidade yazidi no exterior.
Segundo as Nações Unidas, as ações do EI podem ser consideradas genocídio e estão investigando o grupo jihadista no Iraque.
Nadia Murad, uma yazidi raptada pelo EI que escapou e mais tarde ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seu ativismo contra a violência sexual, tornou-se um símbolo poderoso para a sua comunidade.
Murad visitou Sinjar há um mês, assim como Bagdá e a cidade curda de Erbil, para chamar a atenção para a situação de milhares de garotas yazidis que foram sequestradas e continuam desaparecidas.
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