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Ataque dos EUA no noroeste da Síria mata 40 oficiais jihadistas

11.mar.2019 - Ataque de forças apoiadas pelos Estados Unidos lançam ataque contra reduto do Estado Islâmico em Baghouz, na Síria - Delil Souleiman/AFP
11.mar.2019 - Ataque de forças apoiadas pelos Estados Unidos lançam ataque contra reduto do Estado Islâmico em Baghouz, na Síria Imagem: Delil Souleiman/AFP

31/08/2019 18h31

Beirute, 31 Ago 2019 (AFP) - Pelo menos 40 oficiais jihadistas morreram neste sábado no noroeste da Síria após um ataque com míssil reivindicado pelas forças americanas, anunciou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A ofensiva, que ocorreu em um campo de treinamento ao norte de Idlib, teve como alvo líderes da organização conhecida como AQ-S ("Al Qaida na Síria"), que seria responsável por "ataques que ameaçam cidadãos e parceiros dos Estados Unidos e civis inocentes", informou o tenente-coronel Earl Brown, porta-voz do Comando Central americano, através de um comunicado.

Esta ação, que pode ser considera a mais mortífera contra os jihadistas na Síria, ocorreu no primeiro dia de trégua nos bombardeios aéreos realizados pelo governo do presidente sírio Bashar al-Assad e sua aliada Rússia em Idlib, província do noroeste do país sob controle rebelde e jihadista.

Em 2014, os Estados Unidos criaram uma coalizão internacional para combater o grupo jihadista Estado Islâmico (IS) que foi derrotado em março passado na Síria com a ajuda de forças curdas. Embora as tropas americanas permaneçam na Síria, os atentados contra alvos extremistas foram reduzidos consideravelmente desde 2017.

- Trégua curta do regime em Idlib -O cessar-fogo unilateral declarado às 6H00 locais também foi interrompido após novo ataque em Idlib, afirmou Abdel Rahman, Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Segundo Rahman, o lançamento de mísseis na cidade de Kafranbel matou uma pessoa, "a primeira vítima desde que o cessar-fogo entrou em vigor".

O OSDH também relatou a morte de dois membros das forças relacionadas ao regime sírio depois que seu veículo foi atacado por grupos rebeldes e jihadistas perto da fronteira entre a região de Idlib e a região de Hama.

Além disso, um drone russo foi abatido por jihadistas de Hayat Tahrir al Sham, de acordo com o OSDH.

O cessar-fogo iniciado neste sábado foi "temporário", disse Buthaina Chaaban, conselheira do presidente sírio, durante uma entrevista na televisão.

"A trégua serve à grande estratégia de libertação de cada centímetro do território sírio", acrescentou.

Outro cessar-fogo decretado em Idlib no início de agosto só foi respeitado por alguns dias.

Na sexta-feira, o Centro Russo para a Reconciliação na Síria anunciou um cessar-fogo unilateral das tropas sírias a partir da madrugada de sábado.

O Centro Russo pediu em um comunicado "aos comandantes dos grupos armados que renunciem às provocações e se unam ao processo de solução pacífica nas zonas que controlam".

"A trégua tem por objetivo estabilizar a situação", completa a nota.

A agência oficial síria SANA anunciou neste sábado que Damasco aceita o acordo, mas o exército sírio destacou que se "reserva o direito de reagir às violações" da trégua por parte dos jihadistas e dos grupos rebeldes.

Após vários meses de intensos bombardeios das aviações russa e síria, as forças de Bashar al-Assad iniciaram em 8 de agosto uma ofensiva terrestre em Idlib, controlada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir Al Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda).

Este é o esforço mais recente da Rússia para evitar o que a ONU descreve como um dos "maiores pesadelos humanitários" do conflito.

Poucas horas antes do início da trégua, um bombardeio russo atingiu um centro médico em Aleppo e deixou diversos feridos, segundo o OSDH.

"O número de ataques contra instalações médicas, de ensino e pontos de abastecimento de água é o maior no mundo", declarou na sexta-feira Panos Moumtzis, diretor humanitário da ONU na Síria. "Isto é inaceitável", completou.

- Ameaças turcas -O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou neste sábado iniciar uma operação no nordeste da Síria se as tropas turcas não conseguirem controlar a "zona de segurança" que Ancara e Washington concordaram em criar nessa região.

"Não temos muito tempo ou paciência em relação a essa área. Se em poucas semanas nossos soldados não começarem a controlar efetivamente essa área, não haverá outra opção senão implementar nossos próprios planos operacionais", alertou Erdogan em discurso na Istambul.

O pacto firmado neste mês entre os Estados Unidos e a Turquia, após árduas negociações, procurou reduzir as tensões entre Ancara e as forças curdas apoiadas por Washington no nordeste da Síria.

Erdogan disse anteriormente que o presidente Trump prometeu que a "zona segura" seria de 32 quilômetros.

Neste momento, o centro de operações conjuntas já foi estabelecido e as patrulhas em parceria devem começar em breve.

Desde o ano passado, Erdogan tem ameaçado repetidamente lançar um ataque ao leste do rio Eufrates contra as milícias curdas sírias das Unidades de Proteção Popular (YPG).

No momento, o regime de Bashar al-Assad controla quase 60% do país.

Desde o início, em 2011, a guerra na Síria provocou mais de 370.000 mortes.

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