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Passagem do tufão Hagibis deixa 67 mortos no Japão

Tufão Hagibis deixa 67 mortos no Japão - Kazuhiro NOGI / AFP
Tufão Hagibis deixa 67 mortos no Japão Imagem: Kazuhiro NOGI / AFP

15/10/2019 00h59

Sob ameaça de novas chuvas, milhares de socorristas no Japão continuam em busca de sobreviventes, três dias após a passagem do poderoso tufão Hagibis, que matou pelo menos 67 pessoas.

Em seu último boletim, a TV estatal NHK informou as 67 mortes e que ao menos 15 pessoas estão desaparecidas, apesar dos esforços realizados por milhares de socorristas, que permanecem agindo nas zonas mais atingidas pelo tufão.

Hagibis atingiu a terra no sábado à noite vindo do Pacífico, acompanhado por rajadas de quase 200 km/h e precedido por chuvas torrenciais que afetaram 36 das 47 prefeituras do país (centro, leste e nordeste) e causou deslizamentos de terra e inundações.

Além dos 67 mortos e quinze desaparecidos, o tufão deixou 204 feridos.

"Ainda há muitas pessoas desaparecidas", disse o primeiro-ministro Shinzo Abe em uma reunião de emergência do gabinete. "As equipes estão fazendo o possível para procurá-las e tentar salvá-las, trabalhando dia e noite".

Ao menos 110.000 socorristas, incluindo 31.000 soldados da Força de Autodefesa Japonesa, foram mobilizados.

Mas os meteorologistas japoneses previram mais chuvas no centro e no leste do Japão e alertaram para o perigo de novos deslizamentos de terra e inundações.

"Hoje é esperado chuva nas áreas atingidas pelo desastre", disse o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, que pediu à população que "permaneça totalmente vigilante".

- "Continuar as operações" -Na região de Nagano (centro), uma das mais atingidas, já está chovendo.

"Estamos preocupados que essas chuvas tenham impacto nos esforços de busca e resgate", disse à AFP uma autoridade local, Hiroki Yamaguchi.

"Continuaremos as operações, sempre atentos a novos desastres devido às chuvas contínuas", acrescentou.

No total, 176 rios transbordaram, principalmente no norte e no leste do Japão, segundo a imprensa local.

Um dique desmoronou na região de Nagano, descarregando as águas do rio Chikuma em uma zona residencial cujas casas foram inundadas.

Em alguns lugares, helicópteros resgatavam moradores refugiados em suas varandas ou telhados, enquanto equipes de resgate a bordo de barcos trafegavam pelas águas barrentas entre as casas em busca de pessoas presas.

"Tudo em minha casa foi arrastado pela água diante dos meus olhos imaginei", disse uma moradora de Nagano à NHK.

"Acho que tenho sorte de estar viva", acrescentou.

As vítimas do tufão incluem pelo menos sete tripulantes de um navio de carga que afundou no sábado nas águas revoltas da Baía de Tóquio. Quatro outros foram salvos e um décimo segundo ainda era procurado, disse um porta-voz da Guarda Costeira.

Dezenas de milhares de pessoas estão em abrigos, sem garantia de poder voltar para suas casas em breve.

Cerca de 75.900 famílias no país ainda estão sem eletricidade e cerca de 135.000 não têm acesso a água potável.

Hagibis paralisou os transportes na região de Tóquio este final de semana, prolongado por um feriado na segunda-feira, mas a maioria das ligações ferroviárias e aéreas foi retomada nesta segunda-feira.

A tempestade também causou o cancelamento de três partidas da Copa do Mundo de Rugby, organizada no arquipélago japonês.

No entanto, a partida decisiva entre o Japão e a Escócia foi realizada no domingo à noite, e a equipe nacional trouxe algum conforto ao país ao vencer por 28-21, levando-a às quartas de final do torneio pela primeira vez em sua história.

Um minuto de silêncio foi observado no estádio antes do início da partida, e a equipe do Japão dedicou sua vitória às vítimas do tufão. "Para todos os que sofreram com o tufão, esta vitória é de vocês", afirmou o capitão da equipe, Michael Leitch.

Equipes continuam buscas por vítimas de tufão no Japão (14/10/2019)

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