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Governo grego convoca reunião de emergência por afluxo de migrantes

13.dez.2019 - Menina tenta se proteger da chuva com um pedaço de lona plástica em um campo de refugiados perto do campo de Moria, na Ilha de Lesbos, na Grécia - Giorgos Moutafis/Reuters
13.dez.2019 - Menina tenta se proteger da chuva com um pedaço de lona plástica em um campo de refugiados perto do campo de Moria, na Ilha de Lesbos, na Grécia Imagem: Giorgos Moutafis/Reuters

01/03/2020 09h05

Skála Sykaminéas, Grécia, 1 Mar 2020 (AFP) - Diante do afluxo de milhares de migrantes nas fronteiras da Grécia, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, convocou uma reunião de emergência do conselho de Relações Exteriores e Defesa para este domingo (1) às 18h00 (13h00 de Brasília).

No nordeste da Grécia, cerca de 13.000 migrantes, de acordo com a ONU, encontram-se na fronteira terrestre greco-turca, na esperança de entrar no país europeu, após a decisão da Turquia de parar de impedir o fluxo de migrantes.

Nas ilhas do mar Egeu próximas da costa turca, os migrantes eram numerosos. Pelo menos seis botes com 263 migrantes desembarcaram neste domingo na ilha grega de Lesbos e outros estavam se aproximando com quase 300 a bordo, segundo a Guarda Costeira grega.

Às 6h30 em Lesbos, "dois barcos chegaram pelo norte com 74 pessoas (incluindo 36 crianças) e 53 pessoas (incluindo 33 crianças), respectivamente. Dois outros barcos chegaram pelo sul" da ilha, declarou à AFP Leon Theologos, do alto comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Dois outros botes chegaram depois, segundo a Guarda Costeira, com um total de 263 pessoas, e outros cinco barcos se dirigem para a ilha, com mais 299 migrantes.

Segundo a agência grega ANA, a maioria dos migrantes não tem sapatos nem malas.

Quatro barcos com 120 pessoas também atracaram na ilha de Chios e outros dois com 80 migrantes em Samos, informou a ANA.

Ao contrário de ontem, as condições climáticas são favoráveis neste domingo para a travessia do Mar Egeu.

Nos 200 km de fronteira terrestre onde as autoridades gregas reforçaram suas patrulhas, Atenas bloqueou a entrada ilegal de quase 10 mil migrantes, segundo uma fonte do governo.

"Estamos protegendo firmemente as fronteiras da Grécia e da Europa", disse Alkiviadis Stefanis, vice-ministro da Defesa, à Skai TV.

Durante a noite, as autoridades gregas realizaram 73 novas prisões de migrantes em situação irregular, além das 66 do dia anterior.

A agência de controle de fronteiras europeia Frontex anunciou neste domingo que implementou reforços e elevou seu nível de alerta na fronteira greco-turca.

"Elevamos o nível de alerta para todas as fronteiras com a Turquia", disse uma porta-voz da Frontex em comunicado divulgado em Bruxelas.

"Recebemos um pedido de assistência adicional da Grécia. Já tomamos medidas para reimplementar equipamento técnico e agentes adicionais", acrescentou.

O comissário europeu para as Migrações, Margaritis Schinas, escreveu no Twitter que solicitou uma reunião extraordinária de ministros do Interior da UE para discutir a situação.

Ele acrescentou que há "consultas em andamento" entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e a comissária europeia para Assuntos Internos, Ylva Johansson.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que "abriu as portas" para os migrantes após a morte de dezenas de soldados em bombardeios aéreos do regime do presidente sírio Bashar al-Assad no norte da Síria.

Pretende, desta forma, pressionar a UE e os membros da Otan para obter apoio em suas operações militares na Síria.

A Frontex também informou que está monitorando a situação no Chipre, membro da UE cuja parte norte é controlada pela Turquia, mas que não é reconhecida por ninguém, exceto Ancara.