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Número de mortes da pandemia de coronavírus supera 5.000 no mundo

Crianças usam máscara de proteção enquanto brincam em Hanoi, no Vietnã. Elas moram na casa de uma pessoa diagnosticada com o novo coronavírus - Reuters
Crianças usam máscara de proteção enquanto brincam em Hanoi, no Vietnã. Elas moram na casa de uma pessoa diagnosticada com o novo coronavírus Imagem: Reuters

Da AFP, em Paris

13/03/2020 10h38

A pandemia do novo coronavírus deixou mais de 5.000 mortos em todo o mundo e o número de infectados continua aumentando, enquanto os governantes reagem de maneiras diferentes à crise, que obriga milhões de pessoas a permanecer em suas casas e a mudar radicalmente os hábitos para evitar o contágio.

Escolas, bares, museus e outros locais públicos permanecem fechados, as partidas de futebol e espetáculos artísticos foram adiados e até os funerais estão esvaziados. Milhões de pessoas cancelam viagens e limitam seus deslocamentos, enquanto os países buscam formas de blindagem.

Com mais de 134.000 pessoas infectadas e mais de 5.040 mortes, a pandemia de COVID-19 não conhece fronteiras nem barreiras sociais e a cada dia afeta novos países e territórios. Entre os infectados estão ministros, atores e atletas de elite.

"Esta é a crise de saúde mais grave em um século", resumiu o presidente francês Emmanuel Macron.

- Mudança no modo de vida -Na Espanha, segundo país da Europa mais afetado pela pandemia depois da Itália, as autoridades colocaram quatro localidades da região da Catalunha em quarentena e anunciaram o fechamento de escolas e universidades em todo o território.

O país tem 4.200 casos e 120 mortes, de acordo com as autoridades.

A epidemia mudou o modo de vida dos espanhóis, que passaram a evitar, por exemplo, o café no balcão dos bares.

Na Itália, com 1.016 mortos e 15.113 casos, Roma virou uma cidade fantasma. Todos os estabelecimentos comerciais, exceto os considerados essenciais, estão fechados e os habitantes permanecem em suas casas. As igrejas permanecerão fechadas até 3 de abril.

A França, com quase 3.000 infectados e 61 mortos, se unirá a partir de segunda-feira à lista de países que decidiram fechar todos os centros de ensino. Em um discurso, o presidente Emmanuel Macron anunciou medidas excepcionais, mas não suspendeu as eleições municipais de domingo.

Outros países europeus, como Eslováquia e República Tcheca, fecharam as fronteiras e proibiram a entrada de turistas de determinados países.

A comissária europeia de Assuntos Internos, Ylva Johansson, pediu aos países do continente medidas "coordenadas, operacionais, proporcionais e eficazes".

Na América Latina, países como Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela ou Peru também decretaram o cancelamento de voos, quarentenas obrigatórias e restrições para os viajantes procedentes da Europa, China e outras zonas afetadas pela COVID-19. A região tem oficialmente três mortes e 270 casos da doença.

- Bolsas em alta -Depois da hecatombe de quinta-feira nas Bolsas, quando os mercados europeus registraram quedas de até 17%, os piores resultados em décadas, os mercados operavam em alta nesta sexta-feira.

A economia foi abalada pelo discurso do presidente Donald Trump, que proibiu temporariamente a entrada nos Estados Unidos de estrangeiros procedentes da Europa, assim como pelas medidas consideradas frágeis anunciadas pelo Banco Central Europeu (BCE), que não conseguiram injetar a calma necessária.

O medo de uma recessão é grande e vários países anunciaram medidas financeiras excepcionais para combater o choque.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se comprometeu a adotar uma "flexibilidade máxima" nas regras orçamentárias e nas ajudas do Estado para auxiliar os países da União Europeia (UE).

- Uma conspiração? -Irritado com as menções ao "vírus chinês", um porta-voz do ministério das Relações Exteriores afirmou no Twitter que o novo coronavírus não procede necessariamente da China e pode ser fruto de um complô.

"É possível que o exército americano tenha sido o responsável por trazer a epidemia em Wuhan", escreveu Zhao Lijian.

"Estados Unidos devem ser transparentes! E devem publicar seus dados! Estados Unidos nos devem uma explicação", completou.

Na China, ponto zero da pandemia, o número de infectados está em queda. Nesta sexta-feira foram registrados apenas oito casos, a menor quantidade em apenas um dia desde o início da publicação das estatísticas em janeiro.

A vida volta pouco a pouco à normalidade no país, onde empresas e locais públicos são reabertos gradualmente.

Mas fora da China a expansão continua: nesta sexta-feira a Índia registrou a primeira morte e o primeiro caso foi revelado no leste da África.

A pandemia segue provocando uma série de cancelamentos ou adiamento no calendário esportivo.

O Grande Prêmio da Austrália de Fórmula 1, que aconteceria no fim de semana em Melbourne, foi cancelado. A chama olímpica dos Jogos de Tóquio foi acesa na quinta-feira em Olímpia, na Grécia, mas o revezamento foi interrompido nesta sexta-feira em Atenas em função do grande público. O grande evento do esporte mundial, previsto para julho, está na corda bamba.

Também nesta sexta-feira, o Nepal seguiu o exemplo da China e anunciou o fechamento do acesso ao Monte Everest.