Ciberataques aumentam com coronavírus como tema
Washington, 18 Mar 2020 (AFP) - Pode parecer um e-mail de trabalho enviado por um supervisor com algum arquivo anexado, no qual dá dicas para como "trabalhar de casa". Porém, na verdade por se tratar de uma ação muito astuta para clonar seus dados e o seu sistema.
A migração repentina de milhões de pessoas para o trabalho online tem gerado uma quantidade nunca antes vista de ataques de hackers que buscam enganar as pessoas e roubar suas senhas, como indicam pesquisadores de segurança.
"Nunca tínhamos visto algo parecido", disse Sherrod DeGrippo, chefe de investigações de ameaças da empresa de segurança Proofpoint.
"Estamos vendo um volume imenso de mensagens se aproveitando do coronavírus".
A pandemia criou a tempestade perfeita para os ataques virtuais, com milhões de pessoas trabalhando em circunstâncias pouco conhecidas e menos seguras, que estão ansiosas por informação sobre o vírus e sobre as novas políticas organizacionais que estão sendo implementadas.
"Quando alguém está trabalhando em casa tem um perfil de ameaça similar a se estivesse navegando em um aeroporto ou no Starbucks, simplesmente não tem a mesma proteção que poderia ter no seu local de trabalho", disse DeGrippo.
Ele acrescentou que o ideal seria que os computadores nos quais se trabalha sejam usados somente por adultos, já que outros membros da família "poderiam não compreender os controles de segurança".
- Ataques por medo -Tom Pendergast, da empresa de segurança e privacidade MediaPRO, disse que muitos dos milhões de pessoas que se adaptam ao novo cenário estão preparadas para o teletrabalho.
"Uma coisa é que as pessoas estão trabalhando remotamente com um equipamento que não foi configurado apropriadamente", disse Pendergast.
"É diferente para as pessoas que nunca tiveram essa experiência" antes, acrescentou.
Os hackers estão se aproveitando do medo das pessoas em torno ao novo coronavírus com estratégias que promovem os medos para que acabem clicando em links suspeitos ou baixem algum arquivo malicioso.
Pendergast explicou que as organizações de saúde são especialmente vulneráveis aos esquemas de "ransomware" - um tipo de malware que bloqueia arquivos ou dispositivos, e depois solicita um pagamento online para desbloqueá-los -, porque "é menos provável que se neguem a pagar" e escolham danificar os seus próprios sistemas.
Em um grande hospital na República Tcheca, por exemplo, houve um caso de "ransomware" depois de receberem por e-mail uma mensagem de "sensibilização" sobre o novo coronavírus, segundo informações da imprensa.
Segundo Filip Truta, da empresa de segurança BitDefender, "a infraestrutura de saúde é altamente suscetível aos ataques de hackers pelas lacunas nos protocolos de segurança".
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