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Itália estende confinamento até 12 de abril apesar de sinais de melhora

30/03/2020 18h18

Roma, 30 Mar 2020 (AFP) - A Itália, o país mais atingido no mundo pela pandemia do novo coronavírus, decidiu nesta segunda-feira (30) manter o confinamento até o próximo 12 de abril, apesar dos sinais de melhora com a diminuição do número de infectados.

As medidas de confinamento para os 60 milhões de italianos que estavam vigentes até a última sexta-feira foram prolongadas até o domingo de Páscoa, no dia 12 de abril, anunciou o ministro da Saúde, Roberto Speranza.

A decisão foi tomada pelo comitê científico que assessora o governo, informou o ministro.

"As medidas estão dando resultados", reconheceu Silvio Brusaferro, diretor do Instituto Superior da Saúde (ISS).

"Devemos respeitar as diretrizes do governo e prestar muita atenção ao isolamento dos positivos e dos seus familiares", insistiu.

Por sua vez, o governador da Lombardia, Attilio Fontana, a região mais castigada da pandemia, teme que a população comece a relaxar.

"Infelizmente, tenho visto mais pessoas e carros nas ruas, como se já não tivessem que respeitar as regras", lamentou, durante uma coletiva de imprensa.

Segundo as autoridades, muitas medidas deverão ser mantidas "por muitos meses", inclusive quando a incidência do vírus tiver caído, porque o risco de que se propague de novo é "muito alto".

Uma luz de esperança foi percebida nesta segunda quando os serviços de Proteção Civil comunicaram o balanço do dia. O aumento dos infectados foi de 4%, frente aos 8,3% de alguns dias.

O número de falecidos, no entanto, chegou a 812 nas últimas 24 horas, o que aumenta o número total de mortes por coronavírus na Itália para 11.500.

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o número de pessoas infectadas na Lombardia diminui e passou de 25.392 para 25.006.

Essa tendência deverá se repetir para ser considerada de fato uma tendência.

Além disso, o número de pessoas que se recuperaram desde o domingo, um total de 1.590, nunca foi tão alto.

"Esperamos alcançar o pico em sete ou dez sias, logo, os contágios diminuirão", explicou nesta segunda o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri.

"Na Lombardia percebe-se uma diminuição do número de casos e principalmente da demanda pelas emergências e pedidos de ambulância. Há como uma mudança, é um sinal de que o grande esforço que estamos fazendo, funciona", ressaltou Giulio Gallera, assessor da Saúde na Lombardia.