Trump e Putin discutem por telefone preço do petróleo e coronavírus
Washington, 30 Mar 2020 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu colega russo, Vladimir Putin, discutiram nesta segunda-feira (30) por telefone a queda nos preços do petróleo e a pandemia do novo coronavírus.
Os dois chefes de Estado se disseram "seriamente preocupados com a propagação do coronavírus no mundo" e se informaram mutuamente sobre as medidas adotadas em seus respectivos países, segundo o comunicado do Kremlin.
"Falou-se sobre a possibilidade de uma cooperação mais estreita entre os dois países", acrescentou a fonte.
Segundo a Casa Branca, os dois "concordaram sobre a importância de uma estabilidade de preços globais da energia.
Trump anunciou na manhã de segunda-feira em entrevista à emissora Fox News - pouco antes da conversa com Putin - que durante o telefonema falariam do tema da energia e sobre sua objeção à guerra de preços de petróleo entre a Arábia Saudita e a Rússia, que levou a uma queda brusca nas cotações.
"Não queremos ter uma indústria morta", disse Trump. "Esta é uma luta entre a Arábia Saudita e a Rússia e ambos ficaram loucos", acrescentou, destacando que isto estava "prejudicando de verdade" a indústria americana.
O presidente americano acrescentou que nunca pensou que diria algo neste sentido, mas que talvez seria conveniente ter um aumento nos preços.
O Kremlin indicou em um comunicado que os dois líderes falaram da situação atual do mercado mundial de petróleo e "trocaram opiniões".
Nesta segunda-feira, o petróleo caiu a seus níveis mais desde 2002. o barril de referência nos Estados Unidos, o WTI para entrega em maio, fechou a US$ 20,09, 6,6% abaixo do seu fechamento na sexta-feira. Durante o dia, chegou a US$ 19,27. O Brent do Mar do Norte, também para entrega em maio, fechou em US$ 22,76, queda de 8,7%, e chegou aos 21,65 dólares durante a sessão.
- As sanções -Antes da conversa, Trump disse que esperava que Putin lhe pedisse um alívio nas sanções contra Moscou.
"Claro, ele provavelmente vai pedir isso", declarou Trump à Fox News, sem especificar qual seria sua resposta.
"Ele vem pedindo isso durante dois anos", acrescentou.
No comunicado, o Kremlin não mencionou o tema das sanções, mas disse que foram evocados certos temas bilaterais, sem nomeá-los.
Em seu discurso durante a cúpula do G20, Putin propôs na quinta-feira uma "moratória" das sanções que afetam vários países pela crise econômica desencadeada pela epidemia do novo coronavírus.
Putin defendeu esse alívio como algo de "vida ou morte" no contexto da crise atual, sem especificar a quais outros países estava se referindo, mas disse que seu país foi atingido com força pela crise resultante da pandemia.
A economia russa vem sofrendo com crise global causada pela Covid-19, em particular pela queda do preço do petróleo e seu impacto no rublo.
O país está em uma situação difícil desde 2014 devido a sanções internacionais impostas após o conflito na Ucrânia entre Kiev e separatistas pró-russos no leste do país.
- A questão da Venezuela na mesa -Outro ponto de atrito entre os dois é a Venezuela. Washington, junto com mais de 50 outros países, apoia como presidente interino o líder do Parlamento, Juan Guaidó, enquanto Moscou mantém seu apoio ao presidente Nicolás Maduro, cujo segundo mandato é questionado por irregularidades nas eleições.
"Pode ser que discutamos isso também", informou Trump.
A empresa estatal de petróleo Rusia Rosneft informou no sábado que está interrompendo suas atividades na Venezuela devido a ameaças de sanções dos Estados Unidos e pediu o levantamento dessas restrições.
O apoio da Rússia tem sido crucial para o governo de Maduro.
Na entrevista, Trump desconsiderou os informes de que a Rússia e a China busquem explorar o caos pelo coronavírus para semear desinformação para fazer os Estados Unidos ficarem mal.
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