Senador investigado por uso de informação privilegiada sobre pandemia renuncia nos EUA
Washington, 14 Mai 2020 (AFP) - O influente senador republicano Richard Burr renunciou ao cargo nesta quinta-feira (14), depois que o FBI confiscou seu telefone celular em uma investigação sobre suposto uso de informações privilegiadas da pandemia.
"Decidi renunciar ao cargo de presidente do comitê de inteligência até o final da investigação", afirmou Burr em comunicado.
O trabalho do comitê "é importante demais para arriscar interrompê-lo de uma maneira ou de outra", acrescentou o político, sem comentar as suspeitas contra ele.
O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, aceitou que Burr e confirmou que a renúncia se efetivará a partir de sexta-feira à noite.
Burr entregou seu dispositivo a agentes do FBI que compareceram com uma ordem judicial em sua residência em Washington na noite de quarta-feira, segundo o Los Angeles Times.
Os investigadores pretendem rastrear conversas entre Burr e seu agente.
Em 13 de fevereiro, Burr e sua esposa venderam ações repentinamente por valores entre US $ 628.000 e US $ 1,7 milhão, incluindo ações de redes de hotéis e turismo, setores gravemente afetados pela interrupção decretada em todo o mundo para conter a pandemia.
No mesmo dia, seu cunhado lhe vendeu US $ 280.000 em ações, informou o site ProPublica na semana passada.
Na época, o presidente Donald Trump minimizava os riscos da epidemia de COVID-19, que já causou 84.000 mortes nos Estados Unidos.
Burr, graças à sua posição no Senado, teve acesso a avisos das autoridades de saúde, informações com as quais pôde perceber a ameaça que o país enfrentaria, diferente da posição pública do governo.
No final de março, o político negou qualquer irregularidade e garantiu que sua venda de ações "era baseada apenas em informações públicas". Ele não divulgou qualquer comentário nesta quinta-feira.
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