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Índia anuncia grande flexibilização do confinamento

Pessoas são vistas dentro de um centro de quarentena temporário, durante um longo bloqueio nacional para retardar a propagação da doença por coronavírus, em Calcutá, Índia - Rupak de Chowdhuri - Arquivo/Reuters
Pessoas são vistas dentro de um centro de quarentena temporário, durante um longo bloqueio nacional para retardar a propagação da doença por coronavírus, em Calcutá, Índia Imagem: Rupak de Chowdhuri - Arquivo/Reuters

Em Nova Délhi (Índia)

30/05/2020 14h19Atualizada em 30/05/2020 14h31

A Índia anunciou neste sábado (30) uma importante flexibilização do confinamento decretado para combater o coronavírus, a partir do início de junho, apesar do país continuar com números elevados de contágio.

Com o objetivo de conter a propagação da epidemia de COVID-19, praticamente todas as atividades econômicas do país foram paralisadas desde o fim de março, o que deixou centenas de milhões de pessoas sem trabalho quase da noite para o dia.

Milhões de trabalhadores migrantes retornaram para suas cidades natais, muitos deles percorrendo a pé centenas de quilômetros.

O primeiro-ministro Narendra Modi admitiu que a maior parte do país "enfrentou um grande sofrimento", em uma carta aberta publicada neste sábado.

A flexibilização do confinamento, no entanto, não incluirá no momento as denominadas "zonas de contenção", onde os números de contágio permanecem elevados, informou o ministério do Interior.

No restante do país, os templos religiosos, hotéis, restaurantes e centros comerciais poderão retomar as operações a partir de 8 de junho. Os centros de ensino dependem de uma consulta prévia com as autoridades de cada estado, anunciou o ministério.

Cinemas, piscinas públicas e bares permanecerão fechados. O transporte aéreo internacional e o transporte público continuarão parados.

Os grandes eventos políticos e religiosos, assim como os campeonatos esportivos, permanecerão suspensos.

O toque de recolher nacional começará duas horas mais tarde, a partir das 21H00.

Não serão permitidas entradas ou saídas nas zonas de contenção, exceto por razões médicas e de abastecimento de bens e serviços.

Nestas áreas o governo organizará um "rastreamento intensivo de contatos, vigilância porta a porta e outras intervenções clínicas", explicou o ministério.

A Índia, segundo país mais populoso do mundo, continua em plena crise de saúde pela pandemia.

Neste sábado anunciou outro recorde de contágios em 24 horas: o país tem mais de 85.000 casos e quase 5.000 mortos.

De acordo com os dados publicados pelo governo na sexta-feira, a Índia, terceira maior economia da Ásia, registrou o menor ritmo de crescimento em pelo menos duas décadas no último trimestre.

O período, no entanto, inclui apenas o início da quarentena. Analistas apontam que o crescimento desacelerou ainda mais desde então.

O governo Modi adotou algumas medidas para conter as consequências econômicas da pandemia, autorizando a atividade industrial e agrícola em zonas com poucos casos registrados. Muitos lugares, no entanto, estão com problemas para encontrar funcionários.

Os voos domésticos foram retomados este mês e alguns trens estão em circulação.

Além disso, Modi anunciou um pacote de ajudas de 266 bilhões de dólares, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, para estimular a economia.