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Bachelet denuncia o "racismo estrutural" e as "agressões" contra os jornalistas nos EUA

03/06/2020 15h52

Genebra, 3 Jun 2020 (AFP) - Estados Unidos sofre um "racismo estrutural", declarou nesta quarta-feira (3) a alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que ainda denunciou o que considera "agressões sem precedentes" contra os jornalistas na atual crise política.

"As vozes que reclamam o fim do assassinato de afro-americanos devem ser escutadas. As vozes que reclamam o fim da violência policial devem ser escutadas. As vozes que pedem o fim do racismo endêmico e estrutural e que persiste na sociedade norte-americana devem ser escutadas", se o país quiser avançar, declarou Bachelet em um comunicado.

Seus comentários tiveram destaque no momento em que milhares de pessoas nos Estados Unidos desafiaram mais uma vez os toques de recolher para manifestações contra a violência policial após o assassinato de George Floyd, um afro-americano desarmado que morreu asfixiado após ser imobilizado por um policial branco que pressionou o joelho contra seu pescoço no chão por vários minutos, e que foi filmado.

Bachelet enfatizou a necessidade de uma liderança clara e construtiva para tirar o país da crise. "Precisamente, em uma crise é quando o país necessita que seus líderes condenem sem ambiguidades o racismo, para que possam refletir sobre o que levou o povo ao ponto de ebulição, para escutar e aprender, e tomar medidas que realmente eliminem as desigualdades", declarou.

O presidente norte-americano Donald Trump condenou totalmente as brutais imagens do incidente, mas advertiu que após os saques durante os protestos, ordenaria o envio de tropas para o patrulhamento das ruas.

A agência da ONU para os direitos humanos destacou nesta quarta-feira que há "relatórios confiáveis do uso desnecessário e desproporcional da força pela polícia" nos protestos.

A polícia utilizou gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha, assim como bombas de gás de pimenta contra manifestantes e jornalistas, "que não representavam uma ameaça iminente" para as forças policias, afirmou.

Bachelet expressou também uma preocupação particular diante das informações de que pelo menos 200 jornalistas foram agredidos ou detidos enquanto cobriam às manifestações, mesmo após mostrarem suas credenciais de imprensa.

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