Pesquisadora Fariba Adelkhah é 'refém' do Irã, diz Nobel Shirin Ebadi
Paris, 5 Jun 2020 (AFP) - A advogada iraniana agraciada com o Prêmio Nobel da Paz, Shirin Ebadi, denunciou que a pesquisadora franco-iraniana Fariba Adelkhah, há um ano detida no Irã, é mantida "refém" das autoridades iranianas.
"Fariba Adelkhah é refém do governo iraniano. Ela não cometeu crime algum", disse Shirin Ebadi, em um vídeo divulgado nesta sexta-feira (5) pelo instituto universitário Sciences Po Paris, um ano após sua prisão em Teerã.
"Há um ano, Fariba Adelkhah foi detida arbitrariamente no Irã. É inaceitável que ela permaneça detida", disse o presidente da França, Emmanuel Macron, em uma mensagem no Twitter.
"Minha mensagem às autoridades iranianas: a Justiça ordena que nossa compatriota seja libertada imediatamente", acrescentou Macron.
Em resposta, o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Abas Musavi, disse que Adelkhah "foi submetida a um julgamento independente e justo" e pediu a París que pare de "interferir nos assuntos internos do Irã".
A antropóloga foi condenada a cinco anos de prisão em 16 de maio por "conluio para atentar contra a segurança nacional" e está detida na prisão de Evin, em Teerã.
Especialista em xiismo nascida no Irã em 1959 e instalada na França desde 1977, Fariba Adelkhah clama sua inocência.
Seu parceiro, o africanista francês Roland Marchal, detido ao mesmo tempo que ela e também pesquisador da Sciences Po Paris, foi solto em março. Segundo o Irã, ele foi trocado por um engenheiro iraniano detido na França e ameaçado de extradição para os Estados Unidos.
Shirin Ebadi afirma que o governo iraniano os fez de reféns para "fins políticos", com o objetivo de "libertar seus próprios prisioneiros, receber dinheiro, ou outras coisas".
Cerca de 15 estrangeiros, em muitos casos com dupla nacionalidade, foram presos e sentenciados em circunstâncias semelhantes nos últimos anos, segundo o comitê de apoio a Fariba Adelkhah.
vl/meb/pc/tt
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