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Mundo tem mais de 400.000 mortes e 7 milhões de casos de covid-19

Cruzes colocadas sobre túmulos no cemitério São Francisco Xavier durante o surto de doença de coronavírus, no Rio de Janeiro - RICARDO MORAES/REUTERS
Cruzes colocadas sobre túmulos no cemitério São Francisco Xavier durante o surto de doença de coronavírus, no Rio de Janeiro Imagem: RICARDO MORAES/REUTERS

08/06/2020 00h49

São Paulo, 8 Jun 2020 (AFP) - Mais de 400.000 mortes e sete milhões de casos de contágio oficialmente registrados desde que surgiu na China, no final de dezembro passado: este é o último balanço da covid-19, que segue atingindo especialmente a América Latina e levou neste domingo (7) o papa a lamentar que na região "o vírus continue fazendo muitas vítimas".

Milhares de pessoas foram às ruas de várias cidades brasileiras neste domingo para se manifestar contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em meio a críticas contra a gestão do governo diante do avanço do novo coronavírus e de sua aversão a medidas de confinamento para contê-lo.

Epicentro da pandemia há duas semanas, a América Latina registra quase 1,3 milhão de casos de contágio e mais de 64.000 óbitos.

Neste domingo, durante o Ângelus, o papa Francisco lamentou que o vírus letal continue castigando a região.

Depois de agradecer pelo fato de a epidemia parecer ter sido superada na Itália, o sumo pontífice acrescentou que "infelizmente, em outros países, especialmente na América Latina, o vírus continua fazendo muitas vítimas". Francisco expressou sua "proximidade com essas populações, os doentes, suas famílias e todos os que cuidam deles".

- A passos acelerados na AL -No Brasil, o terceiro país com mais mortes no mundo, o ministério da Saúde atualizou no fim da noite deste domingo um balanço divulgado horas antes.

De acordo com a nova plataforma da pasta, o Brasil soma 36.455 mortes por covid-19 (+525 em 24 horas) e 691.758 casos confirmados (+18.912 desde o sábado).

Mais cedo, o Ministério tinha divulgado outros números: 37.312 óbitos (+1.382 em 24 horas) e 685.427 casos (+12.581 com relação a sábado). A pasta tinha deixado de computar os totais de casos e óbitos no país e voltou a fazê-lo neste domingo.

A pasta não informou se os novos números resultaram de uma correção de cifras anteriores ou explicou a diferença entre eles. Tampouco respondeu à AFP sobre qual dos dois balanços é o correto.

O México, com mais de 13.500 mortes e 117.000 infecções, está no pico de disseminação e mortalidade. No entanto, o governo iniciou a reabertura econômica e social.

No Chile, uma revisão nos números adicionou 653 óbitos ao balanço total, que superou as 2.000 mortes.

Na Bolívia, a região produtora de coca do Trópico de Cochabamba, área de influência do ex-presidente Evo Morales, foi posta em isolamento pelo governo interino do país, depois de terem sido registrados 300 casos e conhecidos informes de que pessoas falecidas foram sepultadas sem o acompanhamento dos protocolos, aumentando os riscos de contágio. O país soma 13.358 contágios e 454 óbitos.

Com 386 mortes e 16.000 infecções, o Panamá, o mais atingido da América Central, retomará a quarentena por gênero na capital e em uma província adjacente na segunda-feira, depois do aumento de número de casos decorrente do desconfinamento.

Temendo uma maior disseminação do vírus, a Venezuela anunciou que reduzirá o fluxo de migrantes autorizados a retornarem para o país através de uma importante passagem de fronteira com a Colômbia, a partir de segunda-feira.

Em Cuba, o presidente Miguel Díaz-Canel declarou a covid-19 "sob controle" e afirmou que poderá anunciar uma estratégia de desconfinamento gradual na próxima semana. Neste domingo, o país completou oito dias sem registrar óbitos por coronavírus.

Em um artigo no jornal espanhol "El País", o escritor peruano Mario Vargas Llosa destacou a "eficiente" maneira como o Uruguai vem lutando contra o vírus. Até o momento, o país acumula 826 infectados e 23 mortes.

No texto, o Prêmio Nobel de Literatura critica Brasil e Argentina por não imitarem seu pequeno vizinho.

"A estes gigantes teria sido melhor se, em vez de fazer o que fizeram para deter (ou incentivar, no caso brasileiro) a pandemia, tivessem seguido o exemplo uruguaio", afirma.

- Mais reaberturas na Europa -Procurando emergir do colapso econômico causado por semanas de restrições e de confinamentos para conter a propagação do vírus, os países, incluindo muitos que ainda sofrem com o vendaval da pandemia, continuam se abrindo.

Dada a desaceleração das infecções e a queda no número de mortes, a Europa seguirá, nesta semana, com a reativação de seu comércio e indústria e com a reabertura de atividades sociais e de suas fronteiras.

Com mais de 27.000 mortos, a Espanha continua na segunda-feira com seu cauteloso desconfinamento por fases, com a passagem de Madri e Barcelona para a segunda e penúltima etapa. Nela, está autorizada a abertura de praias para banhos de sol e das áreas internas dos restaurantes.

Com mais de 40.000 mortes, o Reino Unido anunciou hoje a reabertura dos locais de culto "para a oração individual", a partir de 15 de junho.

Neste fim de semana, locais emblemáticos como o Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, ou os grandes museus de Madri, como o Prado, voltaram a receber o público.

De longe o país mais afetado do mundo pela pandemia em números absolutos, os Estados Unidos somavam neste domingo 110.482 óbitos e 1.938.842 casos de covid-19. Apesar disso, o presidente americano, Donald Trump, diz que a economia está se recuperando e insiste em flexibilizar o confinamento.

Em um momento em que a indústria do petróleo foi particularmente afetada pela queda da demanda durante o confinamento, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados decidiram, neste fim de semana, prolongar os atuais cortes de produção em julho para estimular preços do petróleo.