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América Latina supera 100.000 mortes por covid-19, enquanto Alemanha enfrenta novo surto

24/06/2020 01h07

Riade, 24 Jun 2020 (AFP) - A pandemia do novo coronavírus não para de acelerar, sobretudo na América Latina e o Caribe, onde a marca das 100.000 mortes por covid-19 foi superada nesta terça-feira, enquanto as autoridades americanas permanecem em alerta e a Alemanha enfrenta um novo surto.

Atual epicentro global da pandemia, a América Latina acumula 2,16 milhões de infecções e um total de 100.341 falecimentos, dos quais mais da metade corresponde ao Brasil, segundo a última contagem da AFP baseada em dados oficiais.

No mundo, a doença já ceifou 476.000 vidas e provocou mais de 9,2 milhões de casos, e segue "acelerando", advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na Alemanha, as autoridades isolaram dois cantões onde vivem mais de 600.000 pessoas devido ao surgimento de novos focos.

Os moradores de Gütersloh e Warendorf, no oeste do país, terão novamente sua circulação e atividades limitados por uma semana para tentar conter a propagação do vírus, que afeta mais de 1.550 pessoas de um matadouro na região, embora eles não sejam obrigados a permanecer em suas casas.

E nos Estados Unidos, o país mais atingido do mundo, o principal consultor científico da Casa Branca alertou nesta terça que duas semanas "cruciais" estão se aproximando para o controle de contágios fortes em cerca de 20 estados.

- Pandemia e terremoto - Como se a expansão da covid-19 não fosse suficiente, o México foi abalado nesta terça-feira por um terremoto de 7,5 que deixa seis mortos e danos menores.

Com 127 milhões de habitantes, registra 191.410 casos e 23.377 óbitos pelo vírus, depois de adicionar 6.288 novas infecções na terça, o número mais alto em 24 horas desde que o México registrou o primeiro diagnóstico no final de fevereiro.

No Brasil, o segundo país mais afetado do mundo, com 1.145.906 casos e 52.645 falecidos, um juiz determinou que o presidente Jair Bolsonaro, que minimizou a severidade da pandemia em várias ocasiões, deve usar uma máscara "em todos os locais públicos", sob pena de multa.

O Peru, o segundo país da região em número de infecções, com mais de 260.000 casos e mais de 8.400 mortes, está com os hospitais sobrecarregados e a sua economia recuou 13% nos primeiros quatro meses do ano. No meio deste cenário, foram realizados os primeiros protestos trabalhistas nesta terça-feira após 100 dias de confinamento.

Na Bolívia, que está passando por uma escalada que superou 25.000 infecções, a maioria dos hospitais que atendem pacientes com coronavírus está à beira do colapso, disseram autoridades e funcionários nesta terça.

A Argentina, país que já está em confinamento obrigatório há três meses e no qual a pandemia causou 44.918 infecções e 1.049 mortes, viu sua economia piorar, após dois anos de recessão.

Em Buenos Aires, onde 90% dos casos estão concentrados, várias empresas leiloam móveis e implementos, convencidos de que não poderão mais reabrir.

Como se a pandemia da covid-19 deles não fosse suficiente, um terremoto atingiu o México nesta terça, deixando até o momento quatro mortos e poucos danos.

O país, com 127 milhões de habitantes, registra 185.122 casos e 22.584 mortes por pandemia.

- Fauci: EUA fará mais testes -Os Estados Unidos, país mais afetado do mundo, registraram 792 mortes, atingindo um total de 121.176 vidas perdidas, entre com 2,34 milhões de casos.

O principal especialista em doenças infecciosas do país, Anthony Fauci, disse nesta terça em uma audiência no Congresso que o presidente Donald Trump nunca pediu que ele parasse de fazer os testes de coronavírus, depois de comentários do presidente a esse respeito.

"Nenhum de nós foi instruído a reduzir os testes", disse Fauci sobre os esforços para mitigar a pandemia, que registra surtos em cerca de 20 estados.

"De fato, faremos mais testes", acrescentou.

- Baixa peregrinação a Meca -O Hajj, um dos cinco pilares do Islã e uma das concentrações religiosas mais importantes do mundo, será realizado no final de junho em condições sem precedentes.

Apenas 1.000 fiéis da Arábia Saudita terão permissão para peregrinar, anunciaram as autoridades nesta terça, um número insignificante comparado aos 2,5 milhões de todo o mundo que viajaram em 2019.

Na Ásia, a Coreia do Sul admitiu nesta terça-feira que luta desde meados de maio contra uma segunda onda de contágios, com entre 35 e 50 novos casos por dia, sobretudo na região de Seul.

O temor de novos surtos também está presente na Europa. O anúncio da Alemanha sobre um novo confinamento ocorre um dia depois de Portugal reforçar medidas restritivas na região de Lisboa.

Outros países, no entanto, avançam nas etapas de abertura. O Reino Unido anunciou nesta terça-feira que restaurantes, hotéis, salões de beleza, cinemas e museus reabrirão as portas em 4 de julho.

A confirmação de que o sérvio Novak Djokovic, nº 1 no tênis mundial, e outros três jogadores testaram positivo para a covid-19 após um torneio em Belgrado se tornou uma ameaça à programação do esporte.

O colapso econômico provocado pelo coronavírus está afundando o comércio mundial, que registrará um retrocesso "histórico" de 18,5% no segundo trimestre do ano.

Trata-se da queda "mais pronunciada de que temos conhecimento", disse o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo, antes de destacar, no entanto, que "poderia ter sido muito pior" e que as políticas aplicadas pelos governos reduziram o tamanho da hecatombe.

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