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Pilotos e controladores aéreos responsáveis por acidente no Paquistão

24/06/2020 06h10

Islamabad, 24 Jun 2020 (AFP) - O acidente com um Airbus A320 no sul do Paquistão em maio, que matou 97 pessoas, foi provocado por "negligência" dos pilotos, que mostraram "excesso de confiança", e dos controladores aéreos, afirmou o ministro da Aviação.

"Houve negligência das duas partes", disse Ghulam Sarwar Khan, ao apresentar o primeiro relatório sobre o acidente ao Parlamento.

"O piloto ignorou as instruções dos controladores aéreos, que não informaram os danos que uma primeira tentativa de pouso havia provocado no avião da companhia PIA" (Pakistan International Airlines), disse.

Durante o pouso, o piloto e o copiloto "não estavam concentrados e conversavam sobre o coronavírus. Suas famílias foram afetadas e falavam sobre isso", disse Khan, com base no conteúdo das caixas-pretas do avião analisadas na França.

"Quando o piloto chegou ao ponto de aterrissagem, a torre de controle afirmou 'estão muito altos, devem descer'. O piloto ouviu a mensagem e disse: 'Vou fazer'. E voltou a falar sobre o coronavírus", completou o ministro, lamentando um "excesso de confiança" e uma falta de concentração.

O avião tentou pousar uma vez, os motores tocaram o solo em três ocasiões e teve que retomar altura, segundo Sarwar Khan.

Naquele momento, a torre de controle "deveria ter informado os pilotos que os motores ficaram danificados na tentativa de pouso e que fogo havia sido observado saindo dos motores, mas isto não aconteceu", completou o ministro.

O avião caiu em uma zona residencial e 97 das 99 pessoas que estavam a bordo morreram no acidente.

Uma gravação, autêntica de acordo com a PIA, mostra que o piloto enviou uma mensagem desesperada à torre de controle: "Perdemos os motores".

O A320 da Pakistan International Airlines viajava entre Lahore e Karachi.

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