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Talibãs podem propor nova lista de presos a serem libertados, diz governo afegão

09/07/2020 16h14

Cabul, 9 Jul 2020 (AFP) - As autoridades do Afeganistão disseram nesta quinta-feira (9) que ofereceram aos talibãs a possibilidade de apresentar uma nova lista de 592 presos a serem libertados em meio às negociações de paz, depois que o governo se recusou a libertar cerca de 600 propostos anteriormente por eles por serem "muito perigosos".

Os 597 presos "envolvidos em assassinatos, roubos, contrabando" são "muito perigosos para serem libertados", afirmou na quarta-feira uma fonte do governo. Entre eles estão "combatentes estrangeiros", acrescentou.

Hoje, contudo, o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança (NSC), Javid Faisal, disse que os talibãs podem apresentar uma nova lista de 592 presos.

"Demos aos talibãs a possibilidade de apresentar outros 592 nomes para considerar sua possível liberdade, embora também possamos tomar a decisão por nós mesmos", disse Faisal no Twitter. "A bola está do lado dos talibãs", acrescentou.

O presidente Ashraf Ghani prometeu libertar 5.000 prisioneiros talibãs, dos quais 4.000 já saíram, em troca de cerca de mil membros das forças de segurança afegãs presos pelos insurgentes, conforme estipulado pelo acordo de Doha, ainda não ratificado pelo governo afegão.

"Estamos prontos para a paz e libertaremos prisioneiros até chegar a 5.000, como estabelecido pelo acordo" EUA-talibã de Doha, mas "não especificamente os acusados de crimes sérios", disse Javid Faisal à AFP.

Nesse texto, assinado no final de fevereiro, os Estados Unidos se comprometeram a retirar as tropas estrangeiras do Afeganistão até meados de maio de 2021 em troca de garantias talibãs, especialmente em relação ao início do diálogo de paz.

Os talibãs se mostraram comprometidos em várias ocasiões a respeitar o acordo, mas acusam o governo de impedir o início das negociações ao não libertar mais rápido os prisioneiros.

Faisal afirmou que o governo já libertou 4.019 presos talibãs e que os talibãs libertaram "quase metade" dos 1.000 indivíduos das forças de segurança.

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