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EUA define equilíbrio político com eleição na Geórgia

05/01/2021 22h55

Atlanta, Estados Unidos, 6 Jan 2021 (AFP) - Os colégios eleitorais fecharam suas portas na noite desta terça-feira (5) no estado de Geórgia após uma dupla eleição que determinará o controle do Senado dos Estados Unidos e a margem de manobra de Joe Biden, decidido a marcar uma ruptura com Donald Trump.

"Tudo se joga hoje", tuitou o democrata Biden, que chegará à Casa Branca no dia 20 de janeiro.

Os resultados poderão ser anunciados no fim da noite, ou na quarta-feira pela manhã se a disputa estiver particularmente acirrada.

Os dois candidatos democratas na disputa, Jon Ossoff e Raphael Warnock, esperam surpreender e colocar o Senado sob o controle democrata.

"O futuro do nosso país está em jogo, é a última linha de defesa para nosso modo de vida", afirmou David Perdue, um dos dois senadores republicanos, que busca a reeleição ao lado de Kelly Loeffler, em declarações ao canal Fox News.

Caso os dois candidatos democratas derrotem os atuais senadores republicanos, o partido de Biden assumirá o controle do Senado. E, ao tomar posse, Biden terá maioria no Congresso para aplicar seu programa.

A disputa promete ser acirrada, e os resultados definitivos podem demorar vários dias.

Mais de três milhões dos sete milhões de eleitores registrados votaram de maneira antecipada, um recorde para eleições parciais do Senado na Geórgia.

A mobilização está à altura do que está em jogo, pois tanto o presidente eleito Biden como Trump viajaram na segunda-feira para a Geórgia para fazer campanha por seus candidatos.

O "estado pode mudar o rumo não apenas dos próximos quatro anos, mas também para a próxima geração", declarou Biden durante um comício em Atlanta.

Uma perspectiva que preocupa os republicanos, que voltaram a mencionar o fantasma de um governo "radical" e "socialista" até o fim da campanha, marcada por um grande comício de Trump.

Estas eleições parciais podem ser a "última oportunidade de salvar os Estados Unidos que amamos", declarou a seus simpatizantes o presidente, que se nega a admitir a derrota dois meses depois das eleições.

Apesar da pressão de Trump, as autoridades republicanas da Geórgia confirmaram a vitória de Biden no estado.

Mas, em Dalton, uma zona rural e conservadora do noroeste da Geórgia, os seguidores de Trump se mostraram convencidos de que o republicano venceu as eleições. Assim como o presidente republicano, eles denunciam fraudes sem apresentar provas.

As acusações não impedirão, no entanto, que votem nesta terça-feira nos candidatos republicanos.

Os dois candidatos republicanos são favoritos na conservadora Geórgia. Perdue ficou perto de 50% na disputa com Jon Ossoff na primeira votação. E, ainda que Warnock tenha superado Loeffler em novembro, ela agora pode se beneficiar do apoio de um rival republicano eliminado.

- Uma disputa apertada -Os democratas acreditam, no entanto, que conseguirão vencer as disputas para o Senado, estimulados pelo triunfo apertado de Biden na Geórgia, em 3 de novembro, o primeiro do partido no estado desde 1992.

Para isto, eles precisam de uma grande mobilização dos eleitores afro-americanos, fundamentais para a legenda, e esperam que alguns republicanos moderados não compareçam às urnas, desalentados por todas as acusações de fraude.

Uma previsão de resultado é muito difícil. As poucas pesquisas realizadas mostram uma disputa muito acirrada.

Na quarta-feira, o Congresso americano se reunirá para registrar formalmente os votos eleitorais obtidos por Biden e por Trump nas eleições de novembro (306 contra 232).

A obrigação constitucional é um mero protocolo, mas a recusa de Trump de reconhecer os resultados deve transformar a cerimônia deste ano em algo distinto.

Embora vários pesos pesados republicanos, incluindo o líder no Senado, Mitch McConnell, tenham admitido a vitória de Biden, o atual presidente ainda conta com o apoio de dezenas de congressistas.

Tanto na Câmara de Representantes como no Senado, os congressistas fiéis a Trump prometeram expressar acusações de fraude.

E, durante a sessão, os olhos estarão voltados para o vice-presidente Mike Pence que, segundo o protocolo, será o responsável por declarar Biden como vencedor no Congresso.

O vice-presidente tem o poder de recusar delegados eleitos de forma fraudulenta ", tuitou Trump.

Uma grande manifestação de apoio a Trump foi convocada para quarta-feira na capital americana e alguns de seus seguidores já se concentravam no local.

- Uma eleição "importante" -No centro de Atlanta, um reduto democrata, os eleitores entravam em uma igreja luterana convertida em colégio eleitoral.

"Acho que esta é a eleição mais importante da minha vida", disse Robert Lowe, um aposentado de 74 anos que votou nos dois democratas.

"Se eles não vencerem e os republicanos permanecerem no Senado, nada vai mudar", disse o ex-lutador profissional.

Em Dalton, uma fortaleza conservadora, Rony Haikal também chamou essa eleição de "realmente importante" e votou em senadores republicanos.

"Podemos literalmente mudar o futuro deste país", disse ele.

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