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Processo do caso Floyd é 'oportunidade fundamental para a justiça', diz ONU

Julgamento de Derek Chauvin, o policial branco acusado do assassinato do afro-americnao George Floyd, começou em 9 de março em Minneapolis - Stephen Maturen/Getty Images
Julgamento de Derek Chauvin, o policial branco acusado do assassinato do afro-americnao George Floyd, começou em 9 de março em Minneapolis Imagem: Stephen Maturen/Getty Images

19/03/2021 14h44

Genebra, 19 Mar 2021 (AFP) - O processo do assassinato de George Floyd "é uma oportunidade fundamental para a justiça" da qual, no entanto, várias famílias de vítimas negras continuam privadas, denunciou nesta sexta-feira (19) a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

"Dez meses depois do assassinato de George Floyd gerar uma onda de indignação e reivindicações em todo o mundo para que as coisas mudem", um processo crucial começa, lembrou Bachelet no Conselho de Direitos Humanos.

Mas "esta oportunidade fundamental para a justiça é negada a inúmeras outras famílias. Há tantos casos que envolvem a morte de pessoas de origem africana que nunca chegaram à etapa do processo e a dor de tantas famílias continua sendo ignorada, ou inclusive negada", declarou a ex-presidente chilena, em um discurso sobre o relatório dedicado ao racismo sistemático que apresentará em junho.

O julgamento de Derek Chauvin, o policial branco acusado do assassinato do afro-americnao George Floyd, começou em 9 de março em Minneapolis. A asfixia de Floyd sob o joelho do policial provocou um amplo movimento de protesto nos Estados Unidos e no mundo.

Sem mencionar nenhum país especificamente, Bachelet se declarou "profundamente preocupada com o alcance dos desafios enfrentados pelas famílias que pedem verdade e justiça", com pouco apoio jurídico, financeiro e psicológico.

Bachelet ressaltou que a violência policial não "se produz no vazio". "Se não nos ocuparmos do racismo sistemático em todas as nossas instituições, nunca poderemos 'corrigir' a polícia", apontou. "O racismo sistemático exige uma resposta sistemática", insistiu.

Segundo Bachelet, é preciso enfrentar a herança da escravidão, da colonização, de séculos de discriminação e "devemos nos comprometer a olhar para trás de forma crítica", porque apenas isso "permitirá dar um passo de gigante para frente".