Rússia nega conflito com a Ucrânia, mas diz que não aceitará guerra civil
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, descartou neste domingo (11) a possibilidade de uma guerra com a Ucrânia, preocupada há dias com um aumento das tropas russas em suas fronteiras.
"Ninguém vai pelo caminho da guerra e ninguém aceita a possibilidade de uma guerra deste tipo", disse Peskov em uma entrevista ao canal estatal Rossya 1, que será transmitida em Moscou à noite, mas que já teve alguns trechos publicados.
No entanto, ele alertou que "ninguém também vai aceitar a possibilidade de uma guerra civil na Ucrânia", e afirmou que "a Rússia não permanecerá indiferente ao destino de quem fala russo e vive no sudeste" desse país, onde desde 2014 há uma guerra entre as tropas de Kiev e os separatistas pró-russos.
Moscou afirma que a guerra, na qual morreram mais de 13 mil pessoas, é uma guerra civil ucraniana, enquanto Kiev e os países ocidentais consideram evidente o documentado apoio militar, político e financeiro da Rússia aos separatistas.
Nos últimos dias, Kiev e várias capitais ocidentais criticaram Moscou por concentrar tropas na fronteira ucraniana e na anexada península da Crimeia, enquanto os incidentes mortais com os separatistas são quase diários.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, alertou em uma entrevista neste domingo que haverá "consequências se a Rússia agir de forma agressiva" contra a Ucrânia.
"Me preocupam muito as ações da Rússia nas fronteiras da Ucrânia", disse Blinken no programa "Meet the Press" da rede NBC.
Segundo ele, o presidente dos EUA Joe Biden "foi muito claro a respeito disso. Se a Rússia agir de forma imprudente ou agressiva, haverá custos, haverá consequências", disse Blinken.
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